Banco angolano BPA inicia actividade em Portugal na próxima segunda-feira

O angolano Banco Privado Atlântico (BPA) vai começar a operar em Portugal a partir da próxima segunda-feira com a designação de BPA Europa. O objectivo é operar na banca de investimento.

Em comunicado, a instituição afirma que tem como objectivo “aprofundar e desenvolver os negócios entre Angola, Portugal, Estados Unidos, Europa, China e o Brasil, ajudando e aconselhando os empresários angolanos e portugueses nos seus investimentos, em especial nos sectores da energia, ambiente e no desenvolvimento de infra-estruturas”.

O seu presidente executivo é André Navarro, ex-responsável pelas operações da Société Générale em Lisboa. Fazem ainda parte da equipa executiva do BPA Europa Maria da Graça Proença de Carvalho (ex-deputada do PSD e secretária de Estado do Comércio e Indústria no Governo de Pedro Santana Lopes, e que foi senior country manager do Natixis em Portugal), Maria da Conceição Lucas (ex-Société Générale) e José Soares (ex-presidente do Instituto de Português de Apoio ao Desenvolvimento, ligado ao Ministério dos Negócios Estrangeiros).

O presidente do conselho de administração é Carlos José da Silva, presidente do BPA em Angola (antes foi o responsável pelo BES Angola neste país africano) e accionista da instituição.

O BPA Europa arranca com trinta e três trabalhadores e um capital social de 18 milhões de euros. Segundo o comunicado, o banco “é participado pelo BPA Angola, pela Sonangol, pela sociedade de gestão de activos Global Pactum e por quadros do banco”.

O Millennium bcp, que entrou no capital do BPA em Angola, não faz parte, directamente, da estrutura accionista da instituição em Portugal.

Recentemente, o banco português liderado por Carlos Santos Ferreira ficou com dez por cento do BPA em Angola, e a Sonangol e o BPA passaram a deter 49,99 por cento do Banco Millennium Angola (BMA). Está ainda previsto que a empresa de Stanley Ho e de Jorge Ferro Ribeiro, a Geocapital, entre como accionista no BPA em Angola, mas a operação ainda não se realizou. A Sonangol, por sua vez, detém perto de 10 por cento do Millennium bcp em Portugal, banco onde Stanley Ho tem cerca 2,5 por cento.

O BPA já se juntou a um consórcio português com a intenção de adquirir os activos solares da Qimonda. Além do BPA, o grupo foi constituído pelo Millennium bcp, BES, Visabeira, DST, Inovcapital e EDP.

Em Angola, o BPA e a Sonangol assinaram recentemente um memorando de entendimento com a eléctrica portuguesa para a implementação e desenvolvimento de unidades de produção de energia eléctrica em Angola, através de centrais de ciclo combinado, hídricas, fotovoltaicas e eólicas.

A Mota-Engil é outro parceiro português do banco no mercado angolano, tendo também assinado um memorando para a criação da Mota-Engil Angola, com capital da Sonangol e do BPA. Na quinta-feira, a Mota-Engil comunicou ser “natural” que possa fazer parte dos “parceiros privilegiados para a construção das infra-estruturas de produção de energia” relacionadas com a EDP em Angola.

Até agora, existiam já dois bancos de capitais angolanos a operar em Portugal. O primeiro foi o Banco Africanos de Investimentos (BAI), do qual a Sonangol também é accionista. O BAI Europa, inaugurado em 1998 e com sede em Lisboa, é gerido por Paula Grey.

Em 2008 foi a vez do Banco de Investimento Comercial (BIC) chegar a Portugal. Gerido por Mira Amaral, os seus principais accionistas são Isabel dos Santos e Américo Amorim detendo, cada um, 25 por cento do capital. Actualmente tem já seis sucursais a nível nacional.

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