Antunes ajuda o Benfica a quebrar o gelo ucraniano

Derrota do Nápoles com o Besiktas deixa “encarnados” no terceiro lugar, mas com os oitavos-de-final perfeitamente ao alcance, depois do triunfo conseguido em Kiev.

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Jogadores do Benfica fazem a festa em Kiev Reuters/VALENTYN OGIRENKO

Um penálti nos instantes iniciais quebrou o gelo de Kiev e abriu o caminho para uma vitória relativamente tranquila do Benfica no terreno do Dínamo. Um triunfo confirmado no arranque do segundo tempo e que deixou os “encarnados” mais optimistas em relação ao apuramento para os oitavos-de-finais da Liga dos Campeões.

O cenário até poderia ser mais colorido, não fosse o triunfo do Besiktas no terreno do Nápoles, que remeteu a equipa portuguesa para a terceira posição do Grupo F, mas agora a apenas dois pontos dos italianos, que mantiveram a liderança.

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Com somente um ponto somado nas primeiras duas jornadas, o Benfica surgia em Kiev sem grande espaço para mais deslizes na competição milionária, depois da pálida exibição em terras napolitanas, que redundou numa derrota clara, por 4-2. Foi o próprio Rui Vitória quem o assumiu antes do encontro na Ucrânia, ao referir que os benfiquistas tinham pela frente quatro finais.

Talvez com o jogo de Nápoles ainda na memória, o técnico benfiquista apostou, desta vez, numa estratégia menos contida, procurando não despersonalizar a sua equipa. E a verdade é que as “águias” impuseram o seu jogo desde o apito inicial.

A lição também estava bem estudada, com os portugueses a pressionarem o erro do adversário onde este é mais frágil, em particular na primeira fase de construção.

A conseguir jogar longe da sua baliza, com muitos jogadores no meio-campo adversário, o conjunto de Rui Vitória não dava espaço aos jogadores mais criativos do Dínamo Kiev, em particular nas faixas, mas acabaria por ser um brinde do lateral esquerdo Antunes a facilitar a vida aos “encarnados”.

Um toque escusado do internacional português no pé de Gonçalo Guedes, na grande área dos ucranianos, logo aos 8’, acabou com a bola na marca do castigo máximo. Salvio foi competente e não desperdiçou o brinde, inaugurando o marcador.

A noite europeia tornava-se mais cinzenta para a equipa de Kiev, à imagem do seu futebol, previsível e sem um pingo de criatividade. Confortável na partida, o Benfica cedia alguma posse de bola ao adversário, mas permitia apenas que esta circulasse em zonas recuadas, apostando nas transições atacantes para colocar em sentido a débil defesa adversária.

O lance do segundo golo, pouco depois do intervalo, ilustrou bem a permissividade do Dínamo Kiev junto da sua área. A jogada começou nos pés de Pizzi, com um excelente passe para Salvio, com o argentino a entrar na área pela direita e a cruzar para o seu compatriota Cervi. O primeiro remate bateu na perna de Mitroglou, mas a bola voltou ao destinatário que não falhou a segunda oportunidade (marcando o seu segundo golo na prova). Os ucranianos assistiram a tudo com uma passividade desconcertante.

Com a derrota quase inevitável, o Dínamo começou a soltar-se e o Benfica, com alguma confiança em excesso, a desconcentrar-se. Foi a altura de o guarda-redes Ederson entrar em acção no encontro, com uma mão cheia de boas intervenções a impedir qualquer réstia de esperança aos ucranianos para a ponta final da partida.

Depois dos sustos, o conjunto português voltou a controlar os acontecimentos, jogando essencialmente com o relógio.

Sem fazer uma exibição particularmente inspirada, o Benfica acabou por impor os seus argumentos e a qualidade técnica e táctica dos seus jogadores. Já o Dínamo confirmou ser a equipa mais fraca do agrupamento.

O reencontro com o conjunto de Serhiy Rebrov será já na próxima jornada, agora no Estádio da Luz, no próximo dia 1 de Novembro, e pelo que se viu ontem o Benfica tem todos os argumentos para somar mais três pontos. A confirmar-se, os lisboetas irão saltar para a zona de qualificação do grupo, podendo mesmo assumir o comando se Besiktas e Nápoles empatarem na Turquia.

Figura do Jogo - Salvio

O argentino está de regresso às boas exibições e foi fundamental em Kiev para o Benfica alcançar o primeiro triunfo nesta edição da Champions. Abriu o marcador de penálti e assistiu Cervi no segundo golo. Depois de ter marcado em Nápoles na última ronda, interrompendo um jejum de 18 meses, “El Toto” parece ter ultrapassado o pesadelo da lesão que o afastou dos relvados durante meses.

 

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