EDP encaixará 78 milhões de mais-valias com venda da posição na Iberdrola

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O Ministério da Economia não quis comentar para já o impacte da OPA sobre a Iberdrola no mercado português e na EDP Manuel Roberto/PÚBLICO

A EDP irá encaixar como pura mais-valia, pelo menos, 78 milhões de euros se optar por vender a posição de três por cento que controla na espanhola Iberdrola, ontem alvo de uma OPA da Gás Natural.

Este é o valor que resulta da diferença de preço das acções da Iberdrola na sexta-feira passada, 14,22 euros, e da oferta — em dinheiro e títulos — da Gás Natural, que atinge 17,01 euros. Globalmente, a posição da EDP na espanhola render-lhe-á aproximadamente 460 milhões de euros.

A OPA foi uma surpresa agradável para os accionistas, que fizeram as acções disparar 6,34 por cento para 1,51 euros, com mais 11 milhões de títulos transaccionados. Um fulgor a que a eléctrica — cujo valor de mercado é de 4,5 mil milhões de euros — há muito não assistia em bolsa. Mas terá sido também positiva para a administração da EDP, tendo em conta as declarações oficiais da instituição. “De acordo com o que temos vindo a dizer há vários meses, o sector energético na Península Ibérica encontra- se num momento de grande dinamismo. (...) E daqui podem resultar várias oportunidades para a EDP e das quais a EDP pode tirar partido”, frisou fonte oficial da eléctrica, citada pela Reuters.

A administração da EDP não esclareceu o que queria dizer com “várias oportunidades”. Mas os analistas afirmam que se esta OPA se concretizar aumenta a perspectiva de uma maior consolidação no sector energético na Península Ibérica. E frisam que a EDP ficará assim com mais condições para concorrer com sucesso — através da Hidrocantábrico, que controla a 40 por cento — à gasista basca Naturcorp, empresa que também tem estado na mira da Iberdrola.

Além disso, havendo menos actores no mercado, o valor da EDP aumenta. Admite-se também que a eventual fusão da Gás Natural com a Iberdrola poderá ter influência na reestruturação e reorientação estratégica do sector energético em Portugal, cujo “desenho” está a cargo de João Talone e deverá estar concluído até ao final deste mês. Escudando-se neste estudo, o Ministério da Economia não quis comentar para já o impacte da OPA sobre a Iberdrola no mercado português e na EDP.

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