Coreia do Norte retira-se do Tratado de Não-Proliferação Nuclear

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A Coreia do Norte voltou a dizer que não tem intenção de produzir armas nucleares AFP

A Coreia do Norte retirou-se hoje do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP). Porém, Pyongyang já sublinhou que poderá voltar atrás na sua decisão se os EUA retomarem o fornecimento de petróleo ao país.

“O Governo da República Popular Democrática da Coreia do Norte anunciou hoje em comunicado a sua retirada do Tratado de Não-Proliferação Nuclear e o seu total desprendimento dos acordos com a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA)”, precisou a Agência Central de Notícias da Coreia do Norte.

“A retirada do TNP é uma medida legítima de auto-defesa contra as acções americanas”, acrescenta ainda o comunicado. Pyongyang assinou em 1992 com a AIEA os acordos do Tratado de Não-Proliferação, aceitando a inspecção das suas actividades e do seu material nuclear.

Na segunda-feira, a Coreia do Norte já rejeitara uma resolução da AIEA condenando severamente a retoma do seu programa nuclear e pedindo a autorização para o regresso dos seus inspectores, expulsos em finais de Dezembro.

Apesar de tudo, a Coreia do Norte voltou a repetir que não quer produzir armas nucleares: “Apesar de nos retirarmos do TNP, não temos nenhuma intenção de produzir armas nucleares e as nossas actividades nucleares estarão limitadas a fins pacíficos tais como a produção de electricidade”, avança o comunicado.

A Coreia do Norte afirma estar a agir para defender os seus interesses “gravemente ameaçados” e sublinha que a retirada terá um efeito “automático e imediato”.

Pyongyang poderá voltar atrás

Porém, após este anúncio, um cônsul encarregue dos afazeres políticos na embaixada da Coreia do Norte em Pequim sublinhou à AFP que “se os americanos retomarem os abastecimentos de petróleo, os norte-coreanos poderão rever a sua posição”.

Os EUA e os seus aliados internacionais suspenderam, em inícios de Dezembro, as suas exportações para a Coreia do Norte em resposta aos trabalhos contínuos de Pyongyang no desenvolvimento dos seus projectos nucleares, não obstante o tratado concluído entre os dois países, em 1994, para um abandono das respectivas ambições nucleares.

O diplomata indicou ainda que a oferta feita no início da semana por Washington para a retoma do diálogo entre os dois países não foi considerado suficiente por Pyongyang. A Coreia do Norte reclama aos Estados Unidos a assinatura de um pacto de não agressão em contrapartida pelo abandono das suas ambições nucleares.

A Coreia do Sul já anunciou que o seu Executivo se irá reunir de emergência para analisar quais as medidas que irá tomar face à decisão do seu vizinho do Norte.

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