Cúpula de Ferro israelita intercepta ataque aéreo do Hamas contra Telavive

É o primeiro ataque aéreo do movimento islamista sobre Telavive em quatro meses. Defesa antiaérea interceptou rockets lançados, possivelmente, desde Rafah. Não há registo de vítimas.

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Uma pessoa de pé numa divisão de uma casa que ficou danificada depois de terem sido disparados rockets da Faixa de Gaza para Israel este domingo Nir Elias / REUTERS
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As Brigadas al-Qassam, braço armado do Hamas, lançaram neste domingo um "grande ataque aéreo com mísseis" contra Telavive. É a primeira investida do movimento islamista palestiniano sobre aquela zona de Israel nos últimos quatro meses e fez soar as sirenes no centro da cidade para alertar para a possibilidade da queda de projécteis.

Num comunicado publicado no seu canal Telegram, as Brigadas al-Qassam admitiram a autoria do ataque e disseram que lançaram mísseis em resposta ao que chamaram "massacres sionistas contra civis". A televisão do Hamas, o canal Al-Aqsa, disse que os projécteis foram lançados a partir da Faixa de Gaza.

Os serviços de emergência médica israelitas dizem não ter recebido qualquer informação sobre vítimas causadas directamente pela queda de rockets ou mísseis, mas duas mulheres ficaram feridas por terem caído enquanto fugiam para os seus abrigos.

As Forças de Defesa de Israel disseram que os sistemas de defesa aérea funcionaram e identificaram oito rockets, a maioria dos quais terá sido abatido pela Cúpula de Ferro — o principal dispositivo antiaéreo do país.

Alguns vídeos que estão a circular nas redes sociais e na imprensa local parecem mostrar uma cratera na cidade de Kfar Saba, mas a veracidade dos relatos ainda não foi confirmada pelas autoridades. Outras imagens indicam que uma casa pode ter sido danificada pela queda de uma parte de um míssil na cidade de Herzliya.​

De acordo com as autoridades israelitas, o ataque aéreo teve origem em Rafah, no extremo sul da Faixa de Gaza, para onde as forças israelitas estão a avançar desde que adensaram a guerra na Palestina após o ataque do Hamas nas comunidades fronteiriças de Israel em Outubro do ano passado.

Telavive foi palco de protestos antigovernamentais ao longo do último sábado, com milhares de pessoas a exigir ao Governo um esforço maior para a libertação dos reféns levados pelo Hamas no início da escalada do conflito. Alguns dos manifestantes levavam cartazes com fotografias de mulheres levadas pelo grupo islamista, outros exigiam a demissão de Benjamin Netanyahu. Sete pessoas foram detidas durante o protesto, onde se chegaram a registar momentos de tensão entre os manifestantes e a polícia.

Ajuda humanitária em Kerem Shalom

A investida do Hamas na cidade israelita ocorre numa altura em que cerca de 200 camiões com ajuda humanitária, incluindo quatro deles com combustível, estão prestes a entrar no enclave através do posto fronteiriço de Kerem Shalom, disse à Reuters o director da Sociedade do Crescente Vermelho Egípcio no Norte do Sinai, Khaled Zayed.

A televisão estatal egípcia Al-Qahera News TV partilhou um vídeo no X que parece mostrar os camiões de ajuda humanitária quando se aproximavam da fronteira, à espera de luz verde para a atravessar.

O posto fronteiriço de Rafah, que era o principal ponto de entrada em Gaza para a ajuda humanitária e para outros fornecimentos comerciais, está encerrado há quase três semanas, desde que Israel assumiu o controlo do lado palestiniano, e lançou uma ofensiva militar naquela zona, que o Tribunal Penal Internacional já ordenou que seja suspensa. Alguns produtos alimentares destinados a Gaza começaram a apodrecer por terem sido bloqueados na passagem de Rafah.

A 24 de Maio, o Egipto e os Estados Unidos acordaram em enviar ajuda através da passagem israelita de Kerem Shalom até que sejam tomadas medidas legais para reabrir Rafah do lado palestiniano, informou a Presidência egípcia. O acordo surge numa altura em que a fome se intensifica em Gaza, onde vivem 2,3 milhões de pessoas.

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