Itália retoma financiamento à UNRWA quatro meses após suspensão

Ministro dos Negócios Estrangeiros italianos revelou decisão no dia em que recebeu o primeiro-ministro palestiniano em Roma.

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Antonio Tajani, ministro dos Negócios Estrangeiros de Itália (à esquerda) e Mohammed Mustafa, primeiro-ministro da Autoridade Palestiniana (à direita) GIUSEPPE LAMI / EPA
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A Itália retomou o financiamento à Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos (UNRWA), que estava suspenso desde Janeiro, após acusações de Israel.

O ministro italiano dos Negócios Estrangeiros, Antonio Tajani, fez este anúncio em Roma, neste sábado, durante a visita oficial do primeiro-ministro palestiniano, Mohammed Mustafa, a Itália.

“Informei Mustafa que o Governo providenciou novos subsídios para a população da Palestina, num total de 35 milhões de euros, que se somam aos que já tinham sido concedidos em resposta à crise”, afirmou Tajani, citado pela imprensa local.

Deste montante, cinco milhões de euros vão directamente para a UNRWA.

Os restantes 30 milhões de euros destinam-se à iniciativa “Food for Gaza”, lançada pela Itália em colaboração com as Nações Unidas.
A UNRWA viu o seu financiamento reduzido após a acusação de Israel de que alguns dos seus membros participaram no ataque do movimento islamista palestiniano Hamas de 7 de Outubro.

Países como os Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Austrália e Finlândia, além da Itália, suspenderam o financiamento a esta agência após as acusações.

O ministro italiano dos Negócios Estrangeiros garantiu que o financiamento é retomado depois de uma comissão independente ter assegurado não existirem provas das acusações feitas por Israel.

O conflito na Faixa de Gaza foi desencadeado pelo ataque Hamas em solo israelita, que causou cerca de 1200 mortos, na maioria civis, segundo dados oficiais israelitas.

Nesse dia, 252 pessoas também foram feitas reféns e enviadas para o território palestiniano. Actualmente, 121 pessoas permanecem retidas em Gaza, dos quais 37 já estarão mortas, segundo o Exército israelita.

Em resposta, as forças militares israelitas desencadearam uma ofensiva devastadora na Faixa de Gaza, onde o Hamas, classificado como “organização terrorista” por Israel, União Europeia e Estados Unidos, assumiu o poder em 2007.

As autoridades de Saúde palestinianas dizem que já morreram mais de 35.900 pessoas no enclave desde o início da operação militar de Israel.

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