Lucasfilm confirma que a Madeira é o “lugar mágico” da nova série Star Wars

A Acólita estreia-se em Portugal a 5 de Junho, na Disney+. As rodagens contaram com a colaboração do governo regional da Madeira e de “talento local”.

Foto
Carrie-Ann Moss integra o elenco de A Acólita DR
Ouça este artigo
00:00
03:50

A ilha da Madeira foi o "lugar mágico" onde a Lucasfilm, produtora de cinema e televisão fundada por George Lucas e entretanto adquirida pela Disney, filmou parte da nova série televisiva Star Wars, A Acólita (The Acolyte), confirmou em entrevista à agência Lusa o produtor Damian Anderson, responsável pela escolha da região portuguesa para a produção.

"A Madeira é um lugar incrível em muitos aspectos, não apenas para locais [de filmagens]", afirmou o produtor. "As pessoas, o ambiente, a ilha, [tudo] é espectacular."

A Acólita tem estreia marcada em Portugal a 5 de Junho na plataforma de streaming Disney+, um dia depois de ficar disponível nos Estados Unidos. Marca uma direcção nova para as séries Star Wars, recuando no tempo e mostrando cenários nunca vistos na saga.

"Percebemos rapidamente que a Madeira era o único sítio que nos oferecia a maioria dos locais que precisávamos de encontrar, numa única ilha", explicou Damian Anderson. "Oferecia ambientes que nunca tínhamos visto antes e deu-nos a oportunidade de expandir a nossa criatividade para criar novos mundos".

Concebida por Leslye Headland e protagonizada por Amanda Stenberg, Carrie-Anne Moss (de Matrix), Dafne Keen e Lee Jung-jae (protagonista da série Squid Game), a série produzida em Londres situa-se 100 anos antes dos eventos de Episódio I - A Ameaça Fantasma, entre a era da Alta República e a trilogia de prequelas. "É algo que o público não experimentou antes, por causa do período em que se passa e por nos terem dado ferramentas para explorar algo novo e que outros produtores e séries da Lucasfilm não tiveram", salientou Anderson.

Por ser uma história inovadora com mundos nunca vistos, a equipa precisava de um local que nunca tinha sido cenário de uma grande produção. "Essa foi outra razão que tornou a Madeira tão atractiva, porque nos deu locais que as pessoas nunca tinham visto para pôr no ecrã".

Anderson disse que a logística foi um desafio e que a produção não teria sido possível sem a colaboração do governo regional, da Portugal Film Commission e das estruturas locais. "Foram todos absolutamente fantásticos", elogiou Anderson, referindo que a equipa contratou talento local sempre que possível, tentando ao mesmo tempo manter sigilo sobre a produção.

Com filmagens em sítios como o Fanal, a Ribeira da Janela e o Caniçal, até o clima imprevisível da ilha contribuiu para a forma como a equipa contou a história de A Acólita, apontou o produtor. "Permitimos à narrativa abraçar essas possíveis mudanças. Tínhamos dias incríveis, acordávamos no dia seguinte com o céu todo nublado e depois as nuvens desapareciam", descreveu. "Integrámos isso na história. Não foi só uma localização padrão: deu-nos a capacidade de nos adaptarmos à natureza em vez de ter a natureza a adaptar-se a nós".

Damian Anderson calcula que a Madeira tenha sido palco de um quarto das filmagens. Os seus cenários serão espalhados ao longo dos episódios e não representam apenas um planeta específico. O mar, que não é algo a que os fãs de Star Wars estejam habituados, dá uma ideia do quão remotos são os sítios onde a acção decorre. "O oceano e o estilo dos sítios que escolhemos retratam a solidão e afastamento de certos personagens."

Há também outros elementos que separam A Acólita de outros capítulos de Star Wars, como O Mandalorian e Andor. Aproxima-se do género suspense de mistério, que começa com uma investigação sobre uma série de crimes, e tem muita acção, incluindo uma nova técnica de luta. "Espero que isto lance uma nova era no franchise Star Wars, que todos estamos entusiasmados para ver continuar", frisou o produtor.

Anderson disse ser fã de Star Wars desde criança, com a trilogia original a ter um impacto emocional profundo na sua vida. Trabalhar neste projecto, que oferece aos espectadores algo diferente e emotivo sem deixar de ser fiel ao universo criado por George Lucas, deu-lhe uma nova visão sobre o que é possível fazer como cineasta. "Sinto que nos deu a capacidade de abrir as asas em termos narrativos e sermos mais audaciosos na forma como imaginamos aspectos que nunca foram feitos".

Sugerir correcção
Comentar