Presidente da Faculdade de Belas-Artes de Lisboa apoia protestos de estudantes em defesa da Palestina

António de Sousa Dias subscreveu as reivindicações dos manifestantes que exigem o cessar-fogo em Gaza e apoiou a decisão do TI que pediu mandados de captura para Netanyahu e líder do Hamas.

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Estudantes da FBAUP vão agora juntar-se ao acampamento dos manifestantes da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas de Lisboa JOSÉ SENA GOULÃO / LUSA
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O presidente da Faculdade de Belas-Artes de Lisboa (FBAUL) manifestou nesta quarta-feira, dia 22 de Maio, apoio aos estudantes em defesa da Palestina que se manifestavam nesta universidade. António de Sousa Dias apelou ainda a um cessar-fogo em Gaza e ao fim dos combustíveis fósseis até 2030.

Os manifestantes do movimento Fim ao Genocídio, Fim ao Fóssil estavam desde o dia 13 de Maio a ocupar a faculdade, exigindo o fim “do genocídio” em Gaza e dos combustíveis fósseis até 2030, bem como uma electricidade 100% renovável.

Em comunicado divulgado na quarta-feira, os jovens declararam que, perante a posição do presidente, iam sair da FBAUL e juntar-se a outros jovens que estão a ocupar a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH) de Lisboa.

Segundo o movimento, a posição de António de Sousa Dias surge na sequência de uma reunião com os estudantes que decorreu na terça-feira para que o presidente subscrevesse publicamente as reivindicações do grupo.

Em comunicado, o presidente da FBAUL diz que manteve “total abertura para o diálogo com os activistas”, procurando que o protesto decorresse nas melhores condições. “Neste contexto e atento às reivindicações dos estudantes, venho manifestar o meu apelo” ao “cessar-fogo imediato e incondicional em Gaza”, e a que o Governo “dê os passos apropriados e necessários para que Portugal possa reconhecer, em estreita articulação com parceiros próximos no âmbito da UE, o Estado da Palestina, viável e sustentável”, completou.

António de Sousa Dias apelou ainda à melhoria das condições e procedimentos de concessão de asilo ou protecção subsidiária a refugiados palestinianos. No documento, manifestou apreço ao processo contra Israel que está a decorrer no Tribunal Internacional de Justiça e à iniciativa do procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI), Karim Khan, que pediu mandados de captura para o presidente de Israel e para o líder do Hamas.

“Apelo ainda a que se envidem todos os esforços a fim de se conseguir o fim ao fóssil até 2030, bem como o apoio a iniciativas que nos permitam atingir a produção de electricidade 100% renovável até 2025”, acrescentou.

Os manifestantes pró-Palestina asseguram que vão continuar a mobilizar e organizar os estudantes para não “dar paz” a instituições de poder “que nada estão a fazer em relação ao genocídio corrente e à crise climática."

Terminam a apelar para que a restante sociedade se junte à causa numa marcha, marcada para o dia 8 de Junho, em Lisboa, até ao Gabinete de Representação do Parlamento Europeu em Portugal.

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