Sete sindicatos do sector bancário juntam-se para reivindicar aumentos salariais

Estruturas sindicais remetem para mais tarde a divulgação das propostas de aumentos, até agora dispersas.

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Como já tinha acontecido a propósitos dos despedimentos no sector, sindicatos voltam a unir-se Adriano Miranda
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Sete sindicatos do sector bancário juntaram-se para reivindicar aumentos salariais. Não é a primeira vez que as estruturas sindicais se unem numa acção conjunta, mas é muito frequente.

Após reunião nesta segunda-feira, o STEC, o SNQTB, o Mais Sindicato, o SBN, o SIB, o SBC, e o SinTAF anunciaram em comunicado que “decidiram unir esforços e avançar com um calendário de acções conjuntas para a defesa dos trabalhadores bancários”. Não são, no entanto, enunciadas as propostas que vão apresentar, nem as medidas que pretendem levar a cabo, remetendo esse comunicação para mais tarde.

“Numa atitude de arrogante intransigência, a banca bloqueia a negociação, insistindo em propostas imorais e injustas de aumentos salariais e repudia a lei ao avançar com aumentos por acto de gestão”, adiantam as estruturas sindicais em comunicado divulgado esta terça-feira.

Na base deste movimento está o diagnóstico da situação com que os trabalhadores bancários se confrontam diariamente, como “a perda acumulada de poder de compra, para [trabalhadores] no activo e reformados (a taxa de inflação em 2023 foi 4,3%), a pressão para a concretização de objectivos irrealistas; o assédio laboral, e o crescimento desmesurado de casos de burnout”, pode ler-se no comunicado.

A lista inclui “o flagelo das horas extraordinárias não pagas; o desemprego, face à destruição massiva de postos de trabalho em vários bancos, condenando, injustificadamente, centenas de bancários e suas famílias”. Ou ainda a “insatisfação e indignação dos clientes, que face ao encerramento de balcões e à falta de bancários são obrigados a deslocar-se e a suportar longas filas para atendimento, e o protesto dos clientes devido ao pagamento de comissões cada vez mais elevadas, tendo como contrapartida serviços mínimos”.

Os sindicatos destacam o facto de 2023 ter sido “excelente para a banca – todas as instituições de créditos alcançaram lucros avultados –, mas infelizmente os bons resultados não chegaram àqueles que para eles contribuíram, os trabalhadores bancários”.

Apesar dos enormes lucros, acrescentam, “a proposta de aumentos salariais da banca para 2024 não cobre, sequer, a inflação registada em 2023 – e muito menos compensa o poder de compra perdido, nem reflecte os ganhos de produtividade.

Os bancários reivindicam, assim, “salários e pensões dignas – para tal, as tabelas salariais e pensões de reforma têm de ser actualizados na justa medida”, acrescentando que “repudiam o argumento da banca de que há aumento da massa salarial, que inclui tudo, como prémios e incentivos, que podem ser uma ajuda hoje, mas não se reflectem no futuro, nomeadamente na pensão de reforma”.

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