Que tal falarmos de igualdade de género na Guerra da Ucrânia?
Se a pergunta lhe parece absurda, caro leitor, é porque ninguém sequer se lembra de a fazer.
Há uma guerra. Centenas de milhares de homens são obrigados a alistarem-se para combater. Muitos desses homens vão perder aquilo que têm de mais precioso – as suas vidas. As mulheres ficam de fora do processo de recrutamento. Por causa disso, a diferença de mortes entre homens e mulheres em conflitos armados convencionais é estratosférica. Foi assim no passado, continua a ser assim no presente. Quantas mulheres ucranianas morreram na frente da guerra, comparadas com homens ucranianos? E quantas mulheres russas, comparadas com homens russos? Havendo uma tão tremenda desproporção, e uma tão escandalosa desigualdade de direitos nesta matéria, porque é que nunca ouvimos qualquer reivindicação, ou sequer o mais vago protesto masculino, acerca da igualdade de género em campos de batalha?
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