Maioria acredita que Governo de Montenegro não resiste mais que dois anos

Dois terços dos inquiridos defendem que líder do PSD deve manter o Chega fora do Governo

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Luís Montenegro, primeiro-ministro Lusa
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Vários números batem certo no retrato que o país vive politicamente desde as legislativas de 10 de Março na sondagem da Aximage para o DN, JN e TSF: dois terços (70%) dos inquiridos consideram que Portugal entrou num ciclo de instabilidade política e praticamente os mesmos (68%) acreditam que o executivo de Luís Montenegro não vai conseguir cumprir a legislatura até ao fim. Apenas um quinto (21%) dizem que o Governo irá cumprir os quatro anos de mandato.

Dos que prevêem a queda antecipada do Governo, 41% acreditam que sobreviverá um ano, ou seja, não deverá conseguir aprovar o orçamento do Estado do próximo ano e deverá haver eleições no início de 2025. Mas há quem lhe prognostique uma vida um pouco mais longa: metade (49%) responde que durará entre um e dois anos. Recorde-se que, devido às eleições presidenciais de 2026, o chefe de Estado não poderá dissolver a Assembleia da República entre 9 de Setembro de 2025 e a mesma data de 2026. Por isso, se tiver orçamento para o próximo ano mas não conseguir aprovar o de 2026, o país poderá mergulhar num impasse político que terá que durar quase um ano.

Os resultados da sondagem mostram também que dois terços (67%) dos inquiridos defendem que Luís Montenegro deve manter o “não” à participação do Chega, e apenas um quarto (25%) responde que o líder do PSD deve voltar atrás nesse compromisso. Questionados sobre como avaliam a participação do Chega num futuro Governo para formar uma maioria de direita, 59% consideram que seria negativa (37% respondem muito negativa e 22% apenas negativa), e menos de metade disso (26%) afirmam que seria positiva (8% respondem muito positiva, 18% positiva).

Sobre a liderança da oposição, a maioria (53%) diz que essa posição caberá ao PS e a Pedro Nuno Santos, enquanto 35% dizem que será o Chega e André Ventura.

Caso o Governo caia – independentemente de ser em um ou dois anos -, apenas um quinto acredita que o resultado do PSD e da AD será mais positivo, ao passo que 44% prevêem que seja mais negativo. Um quarto (27%) diz que será igual. Apesar disso, os inquiridos também afirmam que quem provocar a queda do executivo será penalizado.

Se for o PS a provocar essa queda, 37% dizem que o seu resultado em novas legislativas será mais negativo do que aquele que teve há um mês, e apenas 26% acreditam que seja mais positivo (27% dizem que será igual). Se for o Chega a levar o país novamente a eleições, 39% respondem que o resultado do partido de Ventura será mais negativo do que o de Março deste ano e apenas um terço (32%) pensa que terá um resultado mais positivo do que teve agora (um quinto acredita que será igual).

As expectativas dos inquiridos sobre o desempenho de Luís Montenegro como primeiro-ministro são moderadas: um terço (31%) acredita que será bom (27% bom, 4% muito bom); 27% respondem que será mau (7% muito mau, 20% mau); e outro terço (35%) acredita que não será bom nem mau. Já sobre as escolhas do líder do PSD para o elenco de ministros, um terço (34%) faz uma boa avaliação e apenas um quinto (20%) respondeu que foram más escolhas. Se um décimo não respondeu, os restantes 37% dizem que não foram boas nem más escolhas.

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