Google pondera cobrar por funcionalidades de IA na Pesquisa

O motor de busca da Google pode vir a ter funcionalidades pagas, avança o Financial Times. Gigante norte-americana não confirma, mas relembra que tem reinventado a Pesquisa ao longo dos anos.

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"Não temos nada para anunciar neste momento”, declara a Google Reuters/Dado Ruvic
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A Google está a pensar cobrar o uso de algumas funcionalidades de inteligência artificial (IA) generativa nos seus serviços, incluindo a Pesquisa. A informação foi avançada esta quinta-feira pelo jornal britânico Financial Times, que cita fontes anónimas. Contactada pelo PÚBLICO, a equipa da Google diz que não tem nada para anunciar “neste momento”, mas faz notar que “durante anos reinventou a forma de pesquisar “para ajudar as pessoas a aceder à informação da maneira que lhes seja mais natural”, incluindo ao acrescentar novas funcionalidades de IA no seu motor de busca.

Tal como já fizemos muitas vezes, vamos continuar a desenvolver novas funcionalidades e serviços premium, lê-se na resposta enviada ao PÚBLICO. A empresa norte-americana já tem algumas modalidades premium, que requerem pagamento, mas esta pode ser a primeira vez que o motor de busca, que é a sua maior fonte de receita, passa a ter funções de IA apenas para assinantes.

Segundo o Financial Times, as novas ferramentas dependem do Gemini, um modelo de IA generativa lançado pela Google em Dezembro para fazer frente ao ChatGPT, criado pela OpenAI. No plano Gemini Business, que custa 19,90 euros por mês, o Gemini funciona como um assistente com tecnologia da IA incorporado nas ferramentas de trabalho da Google, como o Gmail ou o Docs. No Google One AI Premium, outro dos serviços pagos da empresa, está disponível o assistente artificial Gemini Advanced, a versão mais avançada do Gemini, capaz de tarefas altamente complexas como programar.

Já em Maio do ano passado a Google tinha anunciado a vontade de introduzir IA generativa no seu motor de busca. Nesse mesmo mês, foi lançada a Search Generative Experience (Experiência de Pesquisa Generativa ou SGE), incluída nos Search Labs (Laboratórios de Pesquisa), que dá uma resposta directa à pesquisa do utilizador antes dos resultados. O objectivo, segundo a Google, é reduzir o trabalho de pesquisa para que o utilizador possa compreender um determinado tópico mais rapidamente.

Por agora, as ferramentas não estão disponíveis na União Europeia. A empresa quer garantir que as suas ferramentas respeitam a nova lei da IA, cuja versão final foi aprovada a 13 de Março.

Apesar de a Google não confirmar a possibilidade de haver funcionalidades pagas no motor de busca, num comunicado enviado ao PÚBLICO a empresa salienta que o motor de busca não vai deixar de ter publicidade. Os anúncios são a principal fonte de receita da empresa e aquilo que permite que a Google ofereça os seus serviços-base de forma gratuita. Não estamos a trabalhar nem a conceber uma experiência de pesquisa sem anúncios”, lê-se no comunicado enviado ao PÚBLICO.

Segundo o Financial Times, a gigante norte-americana ainda está a estudar que tipo de funcionalidades podem ser incluídas e não há, para já, certezas de que o negócio vá avançar.

Este ano a Microsoft, que financia a OpenAI, anunciou o lançamento da versão paga do seu chatbot com inteligência artificial, o Copilot Pro.

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