Carlos Bunga, Diana Policarpo e Kiluanji Kia Henda vão estar na Manifesta de Barcelona
Com curadoria da portuguesa Filipa Oliveira, a 15.ª edição desta bienal nómada europeia anunciou esta quinta-feira os nomes de um primeiro conjunto de 45 artistas convidados a participar.
Os artistas portugueses Carlos Bunga e Diana Policarpo, e ainda o angolano Kiluanji Kia Henda, vão participar na Manifesta 15, que decorrerá em 11 cidades da região metropolitana de Barcelona entre os dias 8 de Setembro e 24 de Novembro deste ano.
A organização desta 15.ª edição da chamada bienal nómada europeia – um projecto lançado em 1996 em Roterdão, Países Baixos – anunciou esta quinta-feira um primeiro conjunto de 45 artistas participantes, aos quais se deverão ainda juntar mais duas ou três dezenas até à abertura da exposição.
Além de Carlos Bunga, há muito radicado em Barcelona, de Diana Policarpo, que reside em Londres, e de Kiluanji Kia Henda, que vive e trabalha em Luanda – é o autor do projecto ganhador para o Memorial de Homenagem às Pessoas Escravizadas destinado ao Campo das Cebolas, em Lisboa, e que continua por construir –, esta Manifesta catalã incluirá ainda outro artista de língua portuguesa, o brasileiro Jonathas de Andrade.
É também portuguesa – pela primeira vez desde que o projecto foi lançado – a curadora responsável por esta edição, Filipa Oliveira, que propôs para a bienal de Barcelona temas como Equilibrando Conflitos, Cuidar e Cuidar-nos e Imaginando Futuros. Tanto os dois artistas portugueses como o angolano Kiluanji Kia Henda integrarão a exposição dedicada a este último tópico.
Nascido no Porto em 1976, Carlos Bunga estudou na Escola Superior de Artes e Design, nas Caldas da Rainha e vive fora do país desde 2005. Dois anos antes vencera o Prémio EDP Novos Artistas, e em 2004 participou, em San Sebastian, no País Basco espanhol, na quinta edição da Manifesta.
Em 2023, apresentou na Bienal de São Paulo uma gigantesca pintura de chão, cor-de-rosa, que ocupou 264 metros quadrados no terceiro piso do Pavilhão Ciccilio Matarazzo, projectado por Oscar Niemeyer no Parque do Ibirapuera. Também no ano passado, o centro de arte Bombas Gens, em Valência, apresentou a primeira grande exposição antológica do artista em Espanha, que incluiu uma série de pinturas de chão intitulada Habitar a Cor. Bunga é um dos artistas que irão criar uma nova obra expressamente para a Manifesta 15.
Artista visual e compositora, o trabalho de Diana Policarpo integra desenho, partitura, escultura, performance e instalações sonoras e visuais multimédias, por vezes de grande escala, como a obra que levou em 2022 à Bienal de Veneza.
Enquanto aguarda que Plantação – Prosperidade e Pesadelo, o projecto com que venceu, em 2020, o concurso para a construção do memorial de homenagem às vítimas da escravatura, seja finalmente construído em Lisboa, e ainda antes de dar a ver a sua obra na Manifesta 15, Kiluanji Kia Henda será um dos 332 artistas presentes na 60.ª Bienal de Arte de Veneza, que abre no próximo dia 20 de Abril.