A Criatura que Rita Onofre levou ao Festival da Canção ganha nova vida num videoclipe

Foi uma das canções que chegou à final do Festival RTP da Canção 2024 e foi ali defendida pela sua autora, Rita Onofre, que em Fevereiro de 2023 lançara o seu primeiro álbum, a que deu o título de hipersensível, chamando-lhe “um exercício intenso de honestidade”. Criatura nasceu depois, estreada no âmbito do Festival da Canção. O vídeo que agora se revela, com realização de Ana Viotti e filmado em Coruche, é anterior à apresentação no festival, mas manteve-se até à data inédito. A sua estreia dá, assim, nova vida à canção que Rita Onofre descreve assim no texto que acompanha o lançamento: “A criatura é um ritual de libertação em canção. É ser-se grande. É descobrir que se é grande. Por vezes escrevo para me lembrar, e esta partiu de uma primeira demo que se chamava ‘carta a mim’. O tema foi ficando cada vez mais claro na minha cabeça, e de repente estava a escrever sobre uma criança que vivia em estado constante de alerta e medo, mas que sentia uma paz enorme sempre que começava a escrever poemas, depois canções. Como criar tira o aperto no peito, o nó da garganta. É um superpoder que eu agora levo comigo”. No mesmo texto, não atribuída à cantora, há outra apreciação do tema: “Há uma componente ritualística de troca entre o ser que está a pesquisar, a vida e o que já tem em si a sapiência para iluminar caminho; entre o ser que produz beleza e o ser que observa a beleza. Este segundo, o observador, o que sabe e que faz ecoar o que sabe, liberta quem se sente preso daquilo que o prende. O que prende a criatura é o vazio, a sensação de que nunca será suficiente, a procura por um sítio seguro que nunca chega porque este só se encontra verdadeiramente dentro de si e nunca fora.”