Saída de eurodeputados para o Governo obriga a trocas em Bruxelas por três meses

A ex-deputada do PSD Ana Miguel Santos assumirá um lugar no Parlamento Europeu. No CDS, Pedro Mota Soares é o nome que substitui Nuno Melo.

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Paulo Rangel é um dos três eurodeputados do PSD que terão de ser substituídos em Bruxelas Paulo Pimenta
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A tomada de posse de três eurodeputados do PSD e um do CDS como ministros do novo Governo obriga a substituições no Parlamento Europeu por incompatibilidade de acumular os dois lugares. No caso dos sociais-democratas, que elegeram seis mandatos em 2019, as saídas de Bruxelas a três meses das eleições europeias permitem a Luís Montenegro fazer uma lista quase a partir do zero.

Apesar de estarem marcadas eleições europeias para 9 de Junho, os novos eurodeputados assumem automaticamente o lugar a partir de 2 de Abril, terça-feira, e até 15 de Julho, que é o final da legislatura, apurou o PÚBLICO junto de fonte social-democrata.

Da lista eleita em 2019, ainda na liderança de Rui Rio, vão sair para o Governo três nomes: Paulo Rangel (ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros), Maria da Graça Carvalho (ministra do Ambiente e Energia) e José Manuel Fernandes (Agricultura e Pescas).

Como já tinha havido a renúncia de Álvaro Amaro (por ter sido condenado em tribunal) e a substituição por Carlos Coelho (o sétimo da lista que tinha ficado de fora), o nome seguinte é o da ex-deputada Ana Miguel Santos, que foi apoiante de Rui Rio e cabeça de lista por Aveiro na sua liderança. Ao que o PÚBLICO apurou, a antiga parlamentar aceitará ir para Bruxelas.

Na posição seguinte está Sónia Ramos, que acabou de ser reeleita deputada à Assembleia da República como cabeça de lista por Évora. Caso aceite ser eurodeputada por três meses, entrará para o seu lugar na AR Francisco Figueira, que não foi eleito a 10 de Março e que é chefe de gabinete do grupo parlamentar do PSD. O PÚBLICO tentou contactar Sónia Ramos, mas sem sucesso.

Em terceiro lugar está Teófilo Araújo dos Santos, advogado, seguindo-se Vânia Neto, que é quadro da Microsoft e coordenadora da Educação e Formação no Conselho Estratégico Nacional do PSD.

Novidades à vista?

Dos eleitos em 2019, permanecem Lídia Pereira, presidente da Juventude do Partido Popular Europeu e número dois da lista, e Cláudia Aguiar, que foi indicada pelo PSD-Madeira, além de Carlos Coelho, que substituiu Álvaro Amaro. Desta vez, o PSD-Açores terá direito a um lugar elegível, o que não aconteceu em 2019 por um desentendimento com Rui Rio.

Com uma lista conjunta com o CDS para as europeias, Luís Montenegro terá margem para compor uma candidatura a partir quase do zero, que os sociais-democratas esperam ser forte e com novidades para enfrentar não só o PS, mas os dois partidos no seu espaço político: Chega e Iniciativa Liberal (IL). Já se sabe que o partido de André Ventura escolheu António Tânger Corrêa para cabeça de lista e que João Cotrim de Figueiredo é o número um pela IL.

No caso do CDS, Nuno Melo é o novo ministro da Defesa Nacional, o que implica a sua substituição no Parlamento Europeu. O segundo nome da lista, que não foi eleito em 2019, é o antigo ministro da Segurança Social Pedro Mota Soares. O PÚBLICO tentou contactar Pedro Mota Soares, que não respondeu sobre se assumirá o lugar. Caso aceite, será o novo eurodeputado do CDS.

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