Marisa Liz comenta De fio a pavio no dia em que sai o novo disco de Mafalda Veiga

Tal como prometido, está a partir de hoje disponível nas plataformas digitais o novo disco de Mafalda Veiga, um EP, intitulado Geografia Particular. A assinalar o lançamento, a cantora e compositora quis desafiar outros músicos a falarem de cada uma das cinco canções do disco, depoimentos que o PÚBLICO tem vindo a divulgar em exclusivo. Depois de Samuel Úria ter aqui falado de Óscar, Diogo Piçarra de Esta canção, Luísa Sobral de Madrid ou Pequim, e Selma Uamusse de Geografia particular, um dos temas inéditos do disco, é hoje a vez de Marisa Liz comentar o tema que fecha o EP, De fio a pavio, que encerra também esta série de depoimentos a pretexto das canções. “Para mim é uma grande alegria poder falar da nova canção da Mafalda”, diz Marisa. “Uma canção que fala de amor, e esse amor vivido com intensidade, com verdade, com vontade, não perdendo nada pelo caminho: de fio a pavio.”

Com letra e música de Mafalda Veiga e produção por João Só, o videoclipe, que também aqui se estreia em exclusivo, foi realizado por David Bonneville com a participação de Francisca Sarmento, Afonso Laginha, Pedro Granger e Sofia Froes, numa “ponte” temporal com um outro videoclipe, o de Uma gota, filmado há 20 anos num dos bares lisboetas preferidos de Mafalda, o Majong, também com a participação dos actores Pedro Granger e Sofia Froes.

Para apresentar este tema, Mafalda Veiga escreveu um texto onde diz: “Sempre que escrevo uma canção imagino-me num contexto e num lugar. Não faço isso de propósito, é mesmo assim que as canções me acontecem. Esta canção foi escrita a imaginar-me numa noite e num lugar que mistura muitas noites e muitos lugares que guardo na memória: uma espécie de café nocturno, com uma luz perfeita e íntima, música a passar mas não tão alto que não deixe espaço para confidências e gargalhadas, para cantarmos juntos, de fio a pavio, para brindarmos à vida tal qual ela é. Nesta canção estão as pessoas que amo, as pessoas que admiro, mas também estão todas as pessoas que não conheço e com quem me imagino a cantá-la, em uníssono e em alta voz, nas salas de espectáculos por onde nos cruzamos. Foi escrita para tentar chegar às palavras mais simples, ‘àquela’ quadra de amor que diga tudo, mesmo que, afinal, fique sempre quase tudo por dizer.”

A ligação à linguagem do cinema está presente neste tema como em todo o disco, escreve ainda Mafalda no referido texto: “Desde o Óscar que este EP me ‘falava’ de cinema. Desde há muito tempo que essa dimensão das canções como pequenas curtas de cinema me fascina. E faz 20 anos o vídeo da minha canção Uma gota, realizado pelo Nuno Garcia no meu bar preferido de Lisboa, com os então muito jovens actores Sofia Froes e Pedro Granger como protagonistas (e muitos amigos como figurantes). Convidei desta vez o cineasta David Bonneville para realizar o videoclipe De fio a pavio e o também cineasta Tomás Baltazar para a montagem. Escrevi o argumento, com a mesma entrega com que escrevo canções. Contei agora, mais uma vez, com a Sofia e com o Pedro, mas também com outros extraordinários jovens actores, que conheço desde que nasceram: a Francisca Sarmento e o Afonso Laginha. O Afonso, filho da Sofia Froes, nasceu poucos meses antes das filmagens do videoclipe Uma gota. Nesta espécie de ‘revival’, juntei o meu filho e muitos amigos que trouxeram outros amigos, todos ligados à música, às palavras e ao cinema mas, principalmente, todos genialmente únicos e insubstituíveis. E escolhi, para incluir na minha geografia particular, um lugar que só podia ser este: um armazém em Lisboa onde está escrita, em letras gigantes de néon, a palavra CINEMA.”