Guardas prisionais de Lisboa em greve para evitar encerramento e progressões na carreira

Guardas prisionais estarão em greve até Abril contra o fecho da prisão de Lisboa e pelas progressões na carreira. Querem reunir-se com o novo Governo no prazo de uma semana após a tomada de posse.

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O sindicato dos guardas prisionais criticou a decisão do Governo de encerrar o EPL até 2026 Paulo Pimenta
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Os guardas do Estabelecimento Prisional de Lisboa (EPL) iniciaram esta quinta-feira à meia-noite uma greve às diligências até Abril e o Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP) promete fazer tudo para tentar travar o encerramento da prisão.

Além do agendado encerramento daquele estabelecimento prisional, a classe dos guardas profissionais reivindica uma valorização salarial, progressões na carreira, subsídio de missão e condições para a atractividade da profissão e das condições de segurança, numa altura em que aconteceram agressões a estes profissionais nas cadeias de Coimbra e do Monsanto.

Em declarações à agência Lusa na passada segunda-feira, o dirigente do SNCGP, Frederico Morais, criticou a decisão do Governo de encerrar o EPL até 2026 — com a distribuição daquela população prisional por outras cadeias na Área Metropolitana de Lisboa — e visou directamente a ainda ministra da Justiça, Catarina Sarmento e Castro, ao considerar que "não olhou sequer à segurança das populações onde os reclusos vão ser colocados, nem dos guardas ou dos reclusos".

Frederico Morais explicou que lhe foi apresentado na semana passada um projecto para a primeira fase de encerramento do EPL, que prevê a transferência de 200 presos para Tires, com mais 24 guardas. O dirigente do SNCGP frisou que existem entre 116 e 120 guardas prisionais naquela prisão e alertou que essa intenção vai deixar menos de uma centena de guardas para controlar mais de 500 prisioneiros.

"A greve vai até Abril, mas não tem data limite. É até haver respostas sérias e até mudarem o fecho catastrófico do EPL, porque não podem fechar uma cadeia por fechar", observou, expressando taxativamente a oposição ao encerramento da prisão: "Contestamos mesmo que se feche o EPL e mais ainda o modo como está a ser feito".

Lembrando que há guardas prisionais com mais de 20 anos de profissão e que ainda estão no terceiro nível da carreira, o dirigente sindical deixou um aviso ao futuro Governo: a marcação de reuniões negociais no prazo de uma semana após a tomada de posse.

A greve às diligências no EPL afecta todas as saídas para o exterior da prisão e acontece numa altura em que um guarda prisional foi agredido na terça-feira por um recluso no estabelecimento prisional de alta segurança de Monsanto, Lisboa, golpeado na face com uma caneta afiada. Na segunda-feira, um guarda da prisão de Coimbra teve de receber tratamento hospitalar após uma agressão a soco na cabeça por parte de um recluso.

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