Manuel Serrão, um portuense que a TV ajudou a estar na moda

Empresário começou por estudar Direito, passou pelo jornalismo e acabou no mundo do têxtil.

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Tirou o curso de Direito, exerceu Jornalismo e lançou-se na actividade empresarial, mas foram as provocadoras participações em diferentes programas televisivos que conferiram a Manuel Serrão uma faceta mais mediática. Este portuense que passou parte da infância em Lisboa, e que está agora a ser investigado pelas autoridades, já se desdobrou em várias frentes, sempre com dificuldades em passar despercebido.

Não é um homem dos sete ofícios mas não anda longe. A formação académica foi alternando entre a capital (onde frequentou a universidade) e a cidade do Porto (onde nasceu, em 1959, e completou o secundário), aproveitando esse período de formação escolar para assumir um papel dirigente na Juventude Centrista. A advocacia ficaria para trás, ultrapassada pelo jornalismo, palco de várias aventuras.

Na década de 1980, trabalhou no jornal O Comércio do Porto, durante mais de três anos, e nunca mais deixou a ligação aos media. Fosse como porta-voz de algumas entidades empresariais (como a ANJE) e como um dos pivots do sector têxtil, fosse como cronista e comentador em programas televisivos de diferente formato.

Colaborou em jornais como o Semanário, Gazeta dos Desportos, O Independente, Jornal de Notícias ou A Capital, tendo escrito essencialmente sobre desporto, área em que vestiu sempre a pele de indefectível adepto do FC Porto, promovendo inflamados debates televisivos com figuras dos clubes rivais.

Passou ainda pela rádio, em particular pela TSF, mas o grande trampolim para sair do anonimato foi o programa da SIC A Noite da Má Língua, na década de 1990, no qual partilhou a mesa com Rui Zink e Rita Blanco, sob moderação de Júlia Pinheiro. E seria na mesma estação que integraria o programa desportivo Os Donos da Bola.

"Na altura, [o programa A Noite da Má Língua] foi muito importante porque foi primeira vez que os portugueses puderam ouvir (apesar de estarmos já em plena democracia há vinte anos) conversas dessacralizadas sobre políticos e o Governo", chegou a dizer numa entrevista, em 2011.

A atracção pelo curso de Gestão de Empresas, que partilhou com alguns amigos da universidade, levá-lo-ia até ao mundo dos negócios, em particular ao sector têxtil. Organizou salões, desfiles e exposições, foi vice-presidente da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), deu a cara pelo Portugal Fashion e pelo salão têxtil Mod'tíssimo. Assim como tem dado, desde sempre, a cara pelo Porto: "Se cada centralista passasse um ano fora da capital, o país mudava".

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