A direita e a síndrome de Estocolmo

Por cada dois portugueses que aderiram ao programa do Chega, houve oito que o rejeitaram. Não transformemos o espanto com o resultado numa vitória de ideias que foram cristalinamente derrotadas.

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Vai fazendo caminho, sobretudo entre alguns setores da direita, uma ideia extraordinária: não se pode “ignorar” 1,1 milhões de portugueses que votaram no Chega. Implícita na forma como a ideia vem sendo formulada está a teoria de que é preciso acomodar, na ação governativa, algumas das ideias e das propostas do partido. Implícita está ainda a sugestão de que não o fazer é sinal de falta de humildade democrática e constitui um intolerável atropelo cívico. Quem aqui aterrasse vindo de Marte julgaria que está em curso uma pérfida manobra urdida “pelos do costume” (apoiados por uma comunicação social sempre ao serviço de obscuros interesses) para silenciar e atropelar os direitos fundamentais de uma ampla maioria de portugueses.

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