Novo modelo de equipas para a gastrenterologia avança em seis unidades do SNS
Haverá incentivos remuneratórios para aumentar consultas, exames e rastreios. Os chamados Centros de Responsabilidade Integrada vão avançar na área da gastrenterologia.
Os primeiros Centros de Responsabilidade Integrados (CRI) dedicados à gastrenterologia vão avançar em seis unidades do Serviço Nacional de Saúde, informou nesta quinta-feira, em comunicado, o Ministério da Saúde. Um dos objectivos é aumentar o número de rastreios, consultas e exames. O novo modelo dos CRI implica que as equipas (que incluem médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares, entre outros) se foquem na actividade assistencial numa determinada área, neste caso a gastrenterologia. A remuneração dos profissionais passa a ser associada ao desempenho das unidades.
Os projectos-piloto para a gastrenterologia arrancam nas unidades locais de saúde de Coimbra, hospitais de Santa Maria, Santo António, São João, São José e Instituto Português de Oncologia de Coimbra, de acordo com a portaria publicada também nesta quinta-feira. Terão para já a duração de nove meses e serão monitorizados mensalmente.
Segundo o Ministério da Saúde “o objectivo é reforçar a prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças do tubo digestivo, fígado, vias biliares, pâncreas e intestino, reforçando a resposta do SNS nesta área e melhorando o acesso da população aos serviços de saúde.”
As doenças do aparelho digestivo encontram-se entre as principais causas de morte em Portugal e na Europa. Estima-se que pelo menos 30% da população europeia será afectada pelo menos uma vez na vida por doença do aparelho digestivo, como nota a introdução da portaria. E o cancro do cólon e recto é o que tem actualmente maior incidência em Portugal, prevendo-se um elevado aumento do cancro do pâncreas.
“A nova geração de Centros de Responsabilidade Integrados do SNS, que já têm condições para avançar igualmente nos serviços de urgência e saúde mental, vem mudar o paradigma de organização tradicional dos serviços hospitalares, potenciando a melhoria do acesso ao Serviço Nacional de Saúde mediante a adopção de lógicas assistenciais colaborativas e participadas e o aproveitamento de sinergias e complementaridade de funções e especialidades”, diz o ministério em comunicado.
O Governo determinou como áreas prioritárias para a criação de equipas dedicadas os Serviços de Urgência, Saúde Mental, Medicina Interna, Pediatria, Dermatovenereologia, Gastrenterologia e Hospitalização Domiciliária. “Nestas unidades, além da remuneração base, os profissionais auferem de incentivos ao desempenho que podem ir até 40% da remuneração mais elevada da carreira correspondente. Passam também a ser atribuídos às equipas os chamados incentivos institucionais, verbas que podem ser aproveitadas para formação, equipamento e melhoria do local de trabalho e atendimento dos utentes”, acrescenta o comunicado.