Jerónimo quer “trocar as voltas” aos “construtores de cenários”

Esta quarta-feira celebrou-se o 103.º aniversário do PCP. No último comício do dia, o antigo líder dos comunistas juntou-se à acção de campanha da CDU.

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Com Jerónimo de Sousa e Paulo Raimundo esteve também Alma Rivera, cabeça de lista por Évora LUSA/NUNO VEIGA
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Pela segunda vez desde que a campanha eleitoral teve início, o histórico dirigente comunista Jerónimo de Sousa juntou-se ao seu sucessor. Aproveitando a celebração do 103.º aniversário do PCP, perante mais de três centenas de apoiantes da CDU, em Évora, o antigo secretário-geral apontou o dedo a todos aqueles que fazem “prognósticos” e “proclamam vencedores” antes da hora. E lançou o desafio: “Vamos trocar-lhes as voltas.”

Esta quarta-feira foi dia de festa para o PCP, um partido diferente dos outros, segundo Jerónimo de Sousa. “Temos afirmado que os partidos não são todos iguais. Não o é este PCP. Temo-lo dito perante as recorrentes tentativas” dos que “se empenham em amalgamar políticas e comportamentos”, começou por dizer em Évora, no último comício do dia de campanha da CDU.

O PCP é um “partido de palavra que não trai compromissos com os trabalhadores e o país”, continuou o antigo líder. Mais: “Desde a sua criação, foi sempre capaz de ultrapassar os mais sérios obstáculos, mas mais perigosas conjunturas e mais sérios desafios”.

Por isso mesmo – e face às sondagens desfavoráveis para a CDU –, Jerónimo de Sousa deixou o alerta: “Não há vencedores antecipados. Vamos ouvindo muitos construtores de cenários e prognósticos a proclamar vencedores e vencidos. Está na hora de lembrar que o povo ainda não votou.”

A afirmação provocou aplausos efusivos no teatro Garcia de Resende. Falando depois para a plateia que atentamente escutava o antecessor de Paulo Raimundo, Jerónimo lançou um desafio: “Vamos trocar-lhes as voltas.” É altura de “assegurar mais votos” e “construir um resultado eleitoral que sirva os trabalhadores”, continuou.

O antigo dirigente do PCP vê as eleições legislativas como “uma batalha de todos”. “Que ninguém fique fora deste combate. Vamos em frente, com a confiança e coragem que nunca nos faltou. Convictos que o futuro não acontece, constrói-se”, declarou.

A participação de Jerónimo de Sousa levou o teatro eborense ao rubro, com os apoiantes da coligação PCP/PEV a levantar bandeiras e a cantar a "Grândola, Vila Morena" de peito cheio no final. No comício desta quarta-feira houve também espaço para se ouvir – e cantar – a Internacional​ e ouviu-se declamar (uma vez mais) Ary dos Santos. Na última acção do dia, Paulo Raimundo resumiu a existência do PCP a “103 anos a lutar pelas grandes causas”, da liberdade à habitação, passando pela saúde e a valorização das carreira.

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