Lucro da Nos cai 19% para 181 milhões de euros

Receitas da Nos cresceram 5% em 2023, para 1,597 mil milhões de euros. Empresa vai subir dividendo em 25,9%, para 0,350 euros por acção.

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O presidente da Nos, Miguel Almeida Daniel Rocha
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O resultado líquido da Nos caiu 19,4% em 2023, para 181 milhões de euros, face a 2022, quando as contas beneficiaram da venda de um conjunto de torres de comunicações à Cellnex. Excluindo esses ganhos extraordinários em 2022, o lucro da empresa de telecomunicações controlada pela Sonae (dona do PÚBLICO) subiu quase 31% em termos homólogos.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) melhorou 10%, para 717 milhões de euros, correspondendo igualmente a uma subida de 10,6% do EBITDA do negócio de telecomunicações, para 670 milhões.

As receitas de exploração da Nos aumentaram 5%, para 1,597 mil milhões, um aumento impulsionado pela receitas de telecomunicações no segmento de consumo/residencial (já que no segmento empresarial verificou-se uma ligeira queda de 0,3%) e “pela recuperação contínua em termos homólogos” das operações de audiovisuais e cinema, pois “as idas ao cinema [estão] quase de volta aos níveis pré-pandemia”.

Do lado dos custos, houve um aumento de 2,2%, para 994 milhões de euros, mas a Nos destaca algumas medidas de contenção, como as “poupanças na componente variável dos custos de programação de canais desportivos”. Entre os factores de subida, está “o aumento dos salários e dos custos de rede relacionados com a implementação contínua da rede”.

Ao nível do investimento, houve uma queda de 52,6% no segmento de telecomunicações “devido ao fim do ciclo de implementação acelerada do 5G, que atingiu uma cobertura populacional de 94%”. “Este foi o principal factor que contribuiu para a diminuição do CAPEX do segmento das telecomunicações, que terminou o ano em 367,8 milhões de euros”, diz a empresa liderada por Miguel Almeida.

A empresa fechou 2023 com um total de 11,014 milhões de unidades geradoras de receita (mais 232 mil face ao final de 2022), “sendo o principal motor de crescimento o sector dos serviços móveis, com um aumento líquido de 183 mil em 2023”, que resultaram num total de 5,916 milhões de subscritores móveis.

Durante o ano passado, a cobertura em fibra óptica da Nos alargou-se a 675 mil lares, para um total de 5,4 milhões de casas e, no serviço fixo, a base de clientes cresceu em mais 25 mil clientes na TV por subscrição e 28 mil clientes de banda larga, para 1,459 milhões e 1,551 milhões, respectivamente.

Em média, a receita gerada pelos clientes residenciais no quarto trimestre do ano passado foi de 50,9 euros (ou 50,3 euros, considerando o conjunto do ano).

O conselho de administração vai propor à assembleia-geral de 12 de Abril a distribuição de um dividendo de 0,350 euros por acção, representando um dividend yield de 10,6%. O valor corresponde a um aumento de 25,9% em termos homólogos e à entrega de 99,6% do resultado líquido.

A Sonaecom (empresa do grupo Sonae) controla 37,7% do capital da Nos e outros 26,07% pertencem às sociedades de Isabel dos Santos, que estão sob arresto judicial. A Mubadala Investment Company, o fundo soberano dos Emirados Árabes Unidos, tem outros 5% e o restante está disperso.

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