BE queria transporte público gratuito para trabalhadores da STCP. Moreira recusou

Proposta foi votada por pontos e conseguiu apoio para a realização de um ciclo de debates sobre a mobilidade na cidade do Porto.

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Bloco de Esquerda queria que motoristas tivessem um passe gratuito para toda a área metropolitana Paulo Pimenta
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Reconhecendo o “papel crucial dos motoristas na prestação de serviços públicos e no próprio incentivo do uso de transportes colectivos”, o Bloco de Esquerda queria que estes trabalhadores tivessem via verde para circular na área metropolitana. Mas a proposta de acesso gratuito aos transportes da AMP, apresentada na reunião de câmara privada desta segunda-feira, foi recusada.

Votaram contra Rui Moreira e os seus vereadores, tal como os dois representantes do PSD, tendo havido uma abstenção (do vereador Luís António Catarino, do PS) e três votos favoráveis (do BE, da CDU e de Jorge Garcia Pereira, do PS).

Na reunião, relatou o vereador do BE, Sérgio Aires, foi justificada a recusa com um “argumento financeiro”. O passe para os trabalhadores teria um custo de 600 mil euros, disse a presidente da STCP, Cristina Pimentel, e poderia, ainda, abrir uma “caixa de Pandora”.

Para o bloquista, é uma “desculpa esfarrapada” que esconde “falta de visão e de vontade política”. “Já demos 600 mil para um único evento”, protestou, referindo-se ao apoio dado ao Primavera Sound. “Damos todas as semanas valores de 70, 80, 100 mil euros e nunca houve nenhuma questão.”

A proposta do BE, feita após auscultação dos trabalhadores, sugeria ainda a “criação de casas de banho” e outras facilidades para o quotidiano de trabalho, o que também foi rejeitado. “É fundamental estabelecer pontos de paragem ao longo das linhas dos autocarros - a Cordoaria e o Marquês são exemplos de locais que valeria a pena reactivar para o efeito”, sugeria o BE no documento.

Votada por pontos, a proposta viu aprovada uma última sugestão de promover o debate sobre a mobilidade na cidade, ouvindo “utilizadores, trabalhadores e outros actores relevantes”. Ficou combinada para o segundo trimestre do ano a realização de um ciclo de debates em torno desse assunto, trazendo para a discussão exemplos do que se está a fazer noutras cidades.

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