Santana à beira-mar e Mesquita Nunes em palco para pôr a AD “em primeiro lugar”

Na Figueira da Voz, o antigo líder do PSD deixou caderno de encargos a Montenegro sobre projectos regionais. Já o antigo vice-presidente do CDS concentrou-se no discurso do voto útil.

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Santana Lopes foi o anfitrião de Montenegro na Figueira da Foz LUSA/TIAGO PETINGA
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Ao oitavo dia de campanha da AD, Luís Montenegro recebeu mais um antigo líder do PSD –​ Pedro Santana Lopes – que trazia farpas ao PS e elogios ao presidente dos sociais-democratas. Juntou-se ainda o antigo vice-presidente do CDS, Adolfo Mesquita Nunes, outro independente, com um discurso assertivo sobre a expressão do voto útil: “Para a AD ganhar, tem de ficar em primeiro lugar”.

Na Figueira da Foz, o agora presidente da câmara fez questão de reagir ao comício socialista da noite anterior com António Costa: “Em matéria de descaramento, ninguém ganha ao PS”. E, ao lado de Montenegro, também quis voltar ao passado para devolver as farpas aos socialistas: “Nenhum dos antigos líderes do PSD ou do CDS fugiu a dizer que vinha aí o pântano, nem nenhum pediu intervenção externa, nem nenhum se demitiu por peripécias passadas no seu gabinete."

Numa espécie de conversa à beira-mar, rodeados de jornalistas, Santana queixou-se da paragem de obras públicas e outros projectos a cargo do Governo que eram necessários para a economia regional. “Tendo um primeiro-ministro que conhece isto bem, não tens desculpa”, afirmou, fazendo sorrir Montenegro. O antigo primeiro-ministro não pode regressar ao PSD por razões legais mas desvalorizou o papel assinado: “O meu coração, sabem onde está”.

Se este antigo líder do PSD apareceu de modo mais informal – depois de já ter estado na convenção da AD em Janeiro – a outra figura do dia teve palco num almoço em Coimbra. Perante mais de 1200 pessoas, Adolfo Mesquita Nunes, que se desfiliou do CDS em 2021, escreveu um guião para os indecisos, que ainda estão a ponderar votar no PS ou que simpatizam com o Chega. “A todos os que acham que a AD pode ficar em primeiro lugar e depois logo se vê, o que nos espera é socialismo, é mais Estado, é mais PS. Para termos mais liberdade económica, a AD tem de ganhar”, afirmou o antigo deputado, acrescentando que será um “socialismo mais vincado”.

Sem nunca nomear directamente o Chega, Mesquita Nunes atacou a extrema-direita, falando para os que simpatizam com uma “liderança truculenta, estilo populista e que destila ódio”. E lembrou que nenhum dos grandes líderes, de Sá Carneiro a Amaro da Costa, de Thatcher a Churchill, “ficou conhecido por passar a vida a gritar, mudar de opinião 20 vezes, por instigar medo”.

Com convidados e candidatos a fazer as despesas dos ataques ao PS, Montenegro fica com a tarefa de falar sobre as propostas para a saúde, educação. Em Viseu, cantou o novo hino da campanha no palco e reafirmou o seu “compromisso inalienável” para com os reformados.

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