CDS-PP confirma fim da coligação com PSD na Madeira
O fim do acordo entre os dois partidos terá sido decido por Miguel Albuquerque. O presidente demissionário e líder do PSD Madeira já diz que vai concorrer às eleições regionais sozinho.
O líder do CDS-PP Madeira, Rui Barreto anunciou esta segunda-feira à noite o fim do acordo com o PSD. O democrata cristão acrescentou que esta decisão lhe foi transmitida pelo ainda presidente do Governo Regional da Madeira. Segundo disse, a intenção de Miguel Albuquerque é concorrer sozinho, pelo PSD, as eleições regionais.
Rui Barreto mostrou-se surpreso com a decisão unilateral de Miguel Albuquerque. “Nada faria esperar” esta “rescisão sem justa causa”, disse à Lusa. Os “momentos de instabilidade” no quadro do Governo Regional da Madeira não foram provocados pelo CDS-PP. O PÚBLICO tentou ouvir o líder do CDS-Madeira, mas sem sucesso.
“O legado do CDS é um legado muito bom para que, num próximo congresso, quem assumir a liderança, com novos protagonistas e, necessariamente, uma nova estratégia, possa pegar nesse legado e, com uma nova visão, imprimir uma nova esperança”, disse, realçando que o partido foi “um factor de estabilidade, de competência, de responsabilidade no Governo Regional da Madeira“.
Rui Barreto falava no âmbito de uma reunião da comissão política do CDS-PP, no Funchal, na qual informou a direcção e os militantes de que não será candidato no próximo congresso, em Abril.
No passado sábado, dia 24 de Fevereiro, Miguel Albuquerque, que manifestou a intenção de se recandidatar à liderança do PSD regional, e fez questão de avisar que faz o que entender e não precisa do apoio do líder social-democrata, Luís Montenegro.
Questionado sobre a declaração de Montenegro na sexta-feira à noite de que "talvez tivesse uma decisão diferente" da sua, respondeu: "Esse é problema dele, não é meu. Eu faço o que eu entender, no meu juízo e na minha consciência. É a opinião dele", respondeu o chefe demissionário do executivo madeirense, de coligação PSD/CDS-PP, e líder dos sociais-democratas madeirenses. Sobre se tem o apoio de Luís Montenegro, realçou: "Eu não preciso do apoio de Lisboa para nada, o que eu preciso é do apoio do povo madeirense".
Albuquerque demitiu-se depois de ter sido constituído arguido no âmbito de um processo em que são investigadas suspeitas de corrupção na Madeira, que levou à queda do seu Governo regional, de coligação PSD/CDS-PP, com o apoio parlamentar do PAN.