Em desacordo com estratégia da maioria, socialistas excluem-se da comissão executiva da CGTP
Pela primeira vez desde 1975, este órgão da CGTP não terá elementos da tendência socialista. Os sindicalistas ligados ao BE continuam, como até aqui, de fora.
O conselho nacional da CGTP elegeu nesta madrugada Tiago Oliveira para secretário-geral da central sindical e a nova comissão executiva. Mas, pela primeira vez desde 1975, os sindicalistas socialistas recusaram fazer parte deste órgão, numa reacção contra a corrente maioritária que se opôs ao alargamento da participação das tendências minoritárias na comissão executiva.
A estratégia dos socialistas, adiantou ao PÚBLICO Fernando Gomes, porta-voz da tendência, “era o aumento da unidade e democracia interna na comissão executiva, alargando a participação de mais sindicalistas das correntes, incluindo a socialista, reforçando assim a CGTP”.
Os socialistas defendiam que o número de representantes da sua tendência devia passar de cinco para seis, assim como a entrada de sindicalistas do Bloco de Esquerda que têm ficado excluídos.
“A corrente sindical do PCP recusou este justo e correcto objectivo”, lamenta Fernando Gomes.
Perante a oposição da corrente maioritária, “os sindicalistas socialistas não aceitaram integrar a comissão executiva, que foi eleita pelo conselho nacional”, justificou, acrescentando que continuarão a ser membros do conselho nacional da CGTP, que tem 147 elementos, onde vão defender “o alargamento da sua unidade e democracia interna”.
A comissão executiva eleita tinha 29 elementos, mas com a saída dos cinco sindicalistas socialistas passou a ter apenas 24.
Tal como até aqui, os sindicalistas do Bloco de Esquerda vão continuar fora da comissão executiva.