Microsoft lança Fábrica de Inovação para acelerar Inteligência Artificial em Portugal

Projecto quer implementar inteligência artificial nas empresas portuguesas. Segundo a Microsoft, 87% delas já a usam ou pretendem usar, e dão retorno económico.

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Um entrave à aplicação da tecnologia é a falta de pessoal qualificado REUTERS/DADO RUVIC
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A Microsoft anunciou esta quarta-feira o lançamento da Fábrica de Inovação em Inteligência Artificial (AI Innovation Factory) em Portugal, em parceria com a Accenture, Avanade e a Unicorn Factory Lisboa, com o objectivo de acelerar a adopção da tecnologia pelas empresas. O anúncio foi feito na sessão de abertura do Building The Future, que decorre em Lisboa.

O objectivo é acelerar a adopção de inteligência artificial (IA) por empresas públicas e privadas em Portugal, “nas diferentes indústrias e sectores, e contribuir para o crescimento sustentáveldo país “por meio de novos cenários de inovação digital, acelerado pela ligação a um ecossistema de startups e nativos digitais.

De acordo com a empresa, a AI Innovation Factory “estará integrada no AI Hub da Unicorn Factory, em Alvalade, com data prevista para inauguração em Novembro de 2024. Até essa data, todo o programa da AI Innovation Factory desenrolar-se-á nas instalações da Microsoft no Parque das Nações ou nas sedes de um dos parceiros”.

Ao longo “dos próximos meses, juntos, irão oferecer às empresas uma plataforma para inspiração e idealização, com acesso a demonstrações e casos reais, onde especialistas de indústria e tecnologia serão facilitadores na identificação de oportunidades e priorização de casos de uso, seguindo as melhores práticas do mercado, apoiados em metodologias comprovadas de design thinking”, adianta a tecnológica.

A Microsoft apresentou ainda os resultados do estudo realizado com a consultora IDC, que revelam que 62% das empresas portuguesas já usam IA e 25% das que não usam esperam fazer a sua implantação nos próximos 24 meses. Este estudo reflecte sobre a forma como as empresas estão a rentabilizar os seus investimentos em IA”.

A IDC contou com a participação de mais de 2000 líderes empresariais e decisores de todo o mundo, dos quais 500 fazem parte da região EMEA [Europa, Médio Oriente e África], que são responsáveis por dar vida à transformação da IA nas suas organizações, tendo conduzido entrevistas específicas a decisores portugueses.

Actualmente, os três principais use cases [estudos de caso] verificados em Portugal têm por base data analytics [análise de dados] avançada, assistentes virtuais ou chatbots, como por exemplo o projecto desenvolvido pela Agência da Modernização Administrativa [AMA], e a optimização de processos.

De acordo com os dados, 40% das organizações em Portugal utilizam plataformas de cloud pública para experimentação, desenvolvimento e testes de IA e cerca de um quarto (26%) utilizam plataformas de cloud pública em todo o ciclo de implementação de IA, de ponta a ponta, o que faz de Portugal um mercado em linha com a Europa Ocidental.

Mais de um terço (36%) das organizações têm um órgão de governance que supervisiona a IA responsávele 77% das organizações afirmam que é importante ou muito importante que os fornecedores de IA tenham uma estratégia de IA responsável.

Numa análise sobre a Europa, os dados da IDC apontam que as empresas estão ansiosas por adoptar a tecnologia de IA, com 67% dos inquiridos a utilizar actualmente ferramentas de IA nas suas organizações e 21% a planear fazê-lo nos próximos 12 meses.

As empresas que já implementaram estão a obter um retorno dos seus investimentos em IA no prazo de 14 meses, sendo que por cada 0,91 euros que investem em IA, estão a obter uma média de 3,06 euros de retorno. No entanto, “a escassez de profissionais qualificados está a impedir 54% das empresas de acelerar as suas inovações baseadas em IA”.

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