Taxa de juro do crédito à habitação subiu para 4,657%, mas desceu nos contratos recentes

Taxa dos contratos celebrados entre Outubro e Dezembro desceu pela terceira vez consecutiva, passando de 4,342% em Dezembro para 4,315% em Janeiro.

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Subida de juros no conjunto dos empréstimo abrandou em Janeiro Manuel Roberto
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A taxa de juro implícita do conjunto dos contratos à habitação voltou a subir em Janeiro, fixando-se em 4,657%, o valor mais elevado desde Março de 2009, mas os empréstimos celebrados nos últimos três meses registaram a terceira queda consecutiva, fixando-se em 4,315% (2,7 pontos-base abaixo da do mês anterior), segundo dados divulgados esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

No conjunto dos contratos, a subida face a Dezembro de 2023 foi de 6,4 pontos-base (4,593%), com o INE a destacar que, pelo oitavo mês consecutivo, “os aumentos da taxa de juro implícita têm vindo a ser progressivamente menos intensos”. Contudo, a taxa de Janeiro corresponde a mais do dobro do valor verificado no mesmo mês de 2022, em que se fixou em 4,366%.

A revisão periódica das taxas de contratos aos valores mais recentes – que, apesar das recentes descidas, ainda se encontram mais elevadas do que na revisão anterior, especialmente nos que estão associados à Euribor a 12 meses – explica o aumento da taxa implícita do stock de crédito à habitação.

A fixação de uma taxa implícita mais baixa nos contratos mais recentes, que neste caso corresponde aos empréstimos contraídos entre Outubro e Dezembro de 2023, é explicada, em parte, pela descida das taxas Euribor, mas, essencialmente, pela maior contratação de taxas mistas (uma parte inicial com taxa fixa e a restante variável), que têm estado mais baixas.

Relativamente à oferta de taxas mistas mais baixas, elas têm correspondido, essencialmente, a campanhas promocionais de curto prazo, como o PÚBLICO escreveu na edição deste domingo. Estas promoções têm assentado, sobretudo, na “oferta” de valores sem spread, a margem comercial do banco.

A prestação média da totalidade dos empréstimos fixou-se em 404 euros no primeiro mês do ano, o valor máximo desde o início da série (Janeiro de 2009), e mais 4 euros do que em Dezembro de 2023. Face ao mês homólogo do ano passado, a subida foi de 89 euros.

Fruto da forte subida da Euribor, que tem um peso maior no stock de crédito existente, a parcela relativa a juros representou 61% da prestação média de Janeiro do corrente ano, em comparação com 36% em igual mês de 2023. O capital médio em dívida para a totalidade dos créditos à habitação aumentou 193 euros, para 64.790 euros.

Nos contratos celebrados nos últimos três meses, o valor médio da prestação desceu 12 euros face ao mês anterior, para 639 euros, mas ficou 20,3% acima face ao mesmo mês do ano anterior. E o montante médio em dívida foi de 125.210 euros, menos 718 euros do que em Dezembro de 2023.

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