Diogo Ribeiro à chegada a Lisboa: “Enquanto não chegar a medalha olímpica, não vou parar”

Campeão do mundo dos 50m e dos 100m mariposa, que viu uma das medalhas partir-se, garante que os Jogos Olímpicos estão a passar de um sonho a um objectivo.

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LUSA/TIAGO PETINGA
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Foi com o estatuto de bicampeão mundial de natação que Diogo Ribeiro aterrou na manhã desta segunda-feira, no aeroporto de Lisboa, onde foi recebido por muitos adeptos e jornalistas para colherem as primeiras reacções no regresso a Portugal. Entre a satisfação pelo resultado histórico e o futuro, o jovem conimbricense deixou uma garantia: "Enquanto não chegar a medalha olímpica, não vou parar”.

"É um orgulho conseguir duas medalhas para Portugal, ainda por cima de ouro. Se há um ano, em Fukuoka [nos Mundiais anteriores], quando ganhei a medalha de prata, me dissessem que ia ser duas vezes campeão do mundo na edição seguinte, diria que estava a sonhar. Saber que tenho 19 anos e ainda muito para melhorar, só me traz felicidade e me dá garra para atingir melhores coisas", começou por resumir.

O brilharete em Doha, nos Mundiais de natação, permitiu-lhe escrever uma página inédita na natação portuguesa. Se na prova dos 50m a má partida lhe provocou dúvidas sobre o desfecho ("Só percebi inicialmente que a luz acendeu no bloco e que tinha ficado no pódio"), nos 100m os nervos foram sendo ultrapassados à medida que as eliminatórias e a meia-final lhe corriam de feição. "Sabia que era fazer a mesma coisa [na final] para dar uma alegria aos portugueses".

Na mesma linha de outros atletas, Diogo Ribeiro confessou que dormiu com as medalhas conquistadas debaixo da almofada e revelou um acidente de percurso. "No dia a seguir tinha a medalha dos 50m partida. As senhoras da limpeza devem tê-la deixado cair ao chão, mas depois trocaram-me a medalha".

"Mudar a mentalidade"

Para evitar um acidente deste género, o nadador português já adiantou que vai emoldurar e pendurar as medalhas na parede do quarto, em Coimbra, insistindo na ideia de que ainda não assimilou totalmente o que alcançou nas piscinas do Aspire Dome. "Gosto que digam que sou um ídolo, que me apoiem, que me enviem vídeos, mas ainda não me cabe na cabeça que seja, porque acho que ainda não percebi mesmo o que isto quer dizer".

De entre as muitas mensagens de felicitação e de apoio que tem recebido, destacou a do presidente do Benfica, Rui Costa, e aproveitou o momento para agradecer todo o suporte que o clube lhe tem dado, assim como a Federação Portuguesa de Natação, o Comité Olímpico de Portugal e os patrocinadores.

E em que medida deve este ponto alto da modalidade ser aproveitado para reclamar mais apoios das autoridades nacionais? "É preciso mudar a mentalidade na modalidade. Já se vê uma ligeira mudança, mas é preciso investir mais, é a modalidade mais vista nos Jogos Olímpicas e acho que merecemos mais. Acho que é uma tristeza não receber ajuda para os 50m mariposa, porque não são modalidade olímpica. Isso deixa-me triste", sublinhou.

​Com Caeleb Dressel, Miguel Nascimento (hoje seu companheiro na selecção) e Michael Phelps como referências, Diogo Ribeiro dedicou as medalhas ao pai, que morreu quando tinha quatro anos, e de quem diz receber a força que utiliza para ganhar as provas.

Encerrado o capítulo dos Mundiais, o bicampeão do mundo tem já os planos definidos para as próximas semanas: primeiro vai viajar até Paris para assistir a uma prova de skate de Gustavo Ribeiro, depois entrar de férias até 7 de Março, com o intuito de se desligar um pouco da pressão e da azáfama dos treinos e das competições.

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