Número de espécies ameaçadas de extinção na Colômbia mais do que duplica em 7 anos

O número de espécies criticamente ameaçadas ascende agora a 465, acima das 182 registadas em 2017, informou o ministério. O número de espécies ameaçadas aumentou 87%, chegando a 801.

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Um sapo venenoso (Phyllobates aurotaenia) em perigo de extinção Reuters/Albeiro Lopera
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O número de espécies animais e vegetais criticamente ameaçadas na Colômbia mais do que duplicou desde 2017 e a lista total de espécies ameaçadas no país andino é de 2103, informou o Ministério do Meio Ambiente na quarta-feira. A lista inclui dois tipos de peixe-boi - na Amazónia e nas Caraíbas - que são considerados em perigo, e uma série de variedades de plantas emblemáticas da Colômbia que são consideradas vulneráveis ou em perigo.

A Colômbia, com as suas altas montanhas dos Andes, florestas tropicais exuberantes e costas do Pacífico e das Caraíbas, é um dos países com maior biodiversidade do mundo. No final deste ano, será a anfitriã da COP16, a conferência da ONU sobre biodiversidade.

Possui mais de 75.000 espécies diferentes, afirmou o ministério do Ambiente num comunicado em que anunciou revisões "técnicas exaustivas" da lista de espécies ameaçadas e em perigo de extinção, actualizada pela última vez há sete anos.

"Apelamos às autoridades ambientais e regionais para que tomem as medidas necessárias para proteger estas espécies ameaçadas", disse o vice-ministro da Política e Normalização Ambiental, Mauricio Cabrera, numa mensagem de vídeo.

O número de espécies criticamente ameaçadas - a categoria mais grave - ascende agora a 465, acima das 182 registadas em 2017, informou o ministério.

Uma espécie é considerada criticamente ameaçada quando apresenta uma redução significativa da população e enfrenta um risco extremamente elevado de extinção na natureza, de acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza.

O número de espécies ameaçadas aumentou 87%, chegando a 801, informou o ministério, enquanto as espécies consideradas vulneráveis aumentaram quase 22%, chegando a 837.

A actualização surge numa altura em que a Colômbia e outros países amazónicos estão a soar o alarme devido a um intenso padrão climático El Niño associado à seca e ao aumento do risco de incêndios florestais.

Um relatório publicado na revista Nature na quarta-feira alertou para o facto de que a combinação de factores de stress, como a seca e o calor, impulsionados pelas alterações climáticas, pode afectar entre 10% e 47% da floresta existente na Amazónia e empurrá-la para um ponto de ruptura.

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