Inspecção-geral da Saúde abre processo sobre baixas passadas a polícias

O processo deve verificar a regularidade dos certificados de incapacidade temporária dos polícias que faltaram a três jogos de futebol. Vários jogos foram adiados por falta de policiamento.

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Ccerca de 40 polícias que estavam destacados para o policiamento do jogo de futebol FC Porto-Rio Ave apresentaram baixa Nuno ferreira santos
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A Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS) abriu um processo de inspecção para verificar a regularidade das baixas passadas aos polícias que faltaram a três jogos de futebol, nomeadamente o Famalicão-Sporting, anunciou hoje a entidade.

“O processo de inspecção tem como finalidade verificar a regularidade dos certificados de incapacidade temporária para o trabalho emitidos aos elementos do corpo profissional da PSP”, refere a IGAS, numa resposta escrita à Lusa. A IGAS Adianta ainda que a realização do processo de inspecção, determinado por despacho do Inspector-Geral, será articulada com a Inspecção-Geral da Administração Interna (IGAI).

O processo de inspecção foi aberto na sequência das notícias publicadas em órgãos de comunicação social sobre o adiamento de três jogos de futebol organizados pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional (Liga Portugal) no passado sábado e domingo.

Segundo as notícias, sublinha, “alguns elementos do corpo profissional da Polícia de Segurança Pública (PSP) destacados para esses jogos de futebol não teriam comparecido nos respectivos locais de trabalho por motivo de doença”.

“Tendo sido levantada a suspeita de os certificados de incapacidade temporária apresentados por esses profissionais terem sido emitidos de forma irregular, informa-se que, por despacho do Inspector-Geral, de 8 de Fevereiro, foi determinada a abertura de um processo de inspecção”.

No sábado, segundo a direcção nacional PSP, “um número não habitual de polícias informaram que se encontravam doentes, comunicando baixa médica", o que levou ao adiamento do jogo de futebol Famalicão-Sporting, depois de os responsáveis terem concluído que não existiam condições de segurança.

Também cerca de 40 polícias que estavam destacados para o policiamento do jogo de futebol FC Porto-Rio Ave apresentaram baixa, mas a partida acabou por se realizar.

Na sequência do que se passou no sábado, o ministro da Administração Interna determinou a abertura de um inquérito urgente, por parte da Inspecção Geral da Administração Interna, “em especial dos que se reportam a generalizadas e súbitas baixas médicas apresentadas por polícias”.

No domingo, outros jogos da II Liga de Futebol foram adiados por falta de policiamento.

Os elementos PSP e da GNR exigem um suplemento idêntico ao atribuído à Polícia Judiciária, estando há quatro semanas em protestos na sequência da iniciativa de um agente da PSP em frente à Assembleia da República, em Lisboa, que depois se alargou a todo o país.

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