Estados Unidos lançam novos ataques contra houthis no Iémen

EUA realizaram sete ataques para destruir quatro drones de superfície e sete mísseis de cruzeiro que, segundo Washington, “estavam prontos para serem lançados contra navios no mar Vermelho”.

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Membros dos houthis em patrulha em Sanaa, no Iémen EPA/YAHYA ARHAB
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Os Estados Unidos realizaram sete ataques para destruir quatro drones de superfície e sete mísseis de cruzeiro dos rebeldes houthis no Iémen, que, segundo Washington, “estavam prontos para serem lançados contra navios no mar Vermelho”.

Num comunicado divulgado na quinta-feira à noite na rede social X, o Comando Central das Forças Armadas dos EUA (Centcom), responsável pelo Médio Oriente, disse que os ataques foram realizados entre as 5h e as 19h em Sanaa (entre as 2h e 16h em Portugal).

O Centcom disse que identificou os drones e mísseis “em zonas do Iémen controladas pelos houthis e determinou que representavam uma ameaça iminente para os navios da Marinha dos Estados Unidos e para os navios mercantes na região".

“Estas acções irão proteger a liberdade de navegação e tornar as águas internacionais mais seguras e protegidas para a Marinha dos EUA e os navios mercantes”, acrescentou o Centcom.

Um porta-voz dos houthis, Abdulsalam Sala, denunciou “ataques agressivos inúteis e fracassados” contra a cidade costeira de Hodeida, no oeste do Iémen. “O que ameaça a navegação internacional no mar Vermelho e no Golfo de Aden é esta agressão americano-britânica”, afirmou.

"A continuação da agressão EUA-Reino Unido representa uma violação da soberania de um Estado independente, e afirmamos que isso não impedirá as Forças Armadas do Iémen de continuarem a sua missão de apoio a Gaza, nem a agressão proporcionará segurança aos navios israelitas ou aqueles que se dirigem aos portos da Palestina ocupada", acrescentou Sala.

Os rebeldes houthis, apoiados pelo Irão, iniciaram em meados de Novembro os ataques aos navios que navegavam no mar Vermelho - por onde circula cerca de 15% do comércio mundial -, no âmbito das suas acções contra a guerra de Israel na Faixa de Gaza.

As operações houthis obrigaram várias companhias de navegação a alterar as rotas, com efeitos económicos à escala global, o que levou os Estados Unidos a liderar uma coligação internacional para intervir e evitar consequências no comércio mundial.

Na quinta-feira, o líder dos rebeldes iemenitas houthis, Abdelmalek al-Huthi, declarou que o grupo conseguiu impedir a passagem de navios “ligados a Israel” no estreito de Bab al-Mandeb, o que considerou uma “verdadeira vitória” nas suas operações no mar Vermelho.

“Os barcos do inimigo israelita detiveram por completo a sua navegação através de Bab al-Mandeb em direcção ao mar Vermelho e isso é um verdadeiro feito e uma verdadeira vitória”, afirmou o líder rebelde num discurso transmitido pela televisão.

Na sua intervenção, Al-Huthi indicou que “os barcos [israelitas] costumavam atravessar constantemente” essa passagem, que definiu como “uma rota importante para o movimento comercial marítimo do inimigo sionista”, mas deixaram de o fazer após os numerosos ataques efectuados pelos houthis a partir de 19 de Novembro.

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