Operação Pretoriano: Fernando Madureira regressou à cela após interrogatório

Diligências duraram cerca de seis horas, não tendo resultado a libertação de qualquer dos nove arguidos ainda detidos.

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Fernando Madureira respondeu em primeiro interrogatório no TIC LUSA/FERNANDO VELUDO
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Fernando Madureira, líder da claque portista Super Dragões, regressou esta segunda-feira à cela da esquadra de Santo Tirso após ter sido interrogado pelo juiz Pedro Miguel Vieira no Tribunal de Instrução Criminal do Porto (TIC), onde aguardará as medidas de coacção.

Madureira respondeu à acusação de “criar um clima de intimidação e medo” na Assembleia Geral extraordinária do FC Porto de 13 de Novembro, sustentada pelo Ministério Público.

O início da diligência estava programado para as 14h30, mas, devido a alguns imprevistos, nomeadamente de natureza informática, sofreu um atraso de quase três horas, o que terá contribuído para o adiamento da divulgação das medidas de coacção, já que a diligência só foi concluída perto das 23 horas.

Em causa estão crimes de ofensa à integridade física no âmbito de espectáculo desportivo ou em acontecimento relacionado com o fenómeno desportivo, coacção e ameaça agravada, instigação pública a um crime, arremesso de objectos ou produtos líquidos e ainda atentado à liberdade de informação.

Fernando Madureira foi, de resto, o último dos arguidos, entre os que optaram por prestar esclarecimentos, a ser ouvido pelo juiz de instrução criminal, tendo jantado no TIC e regressado mais tarde a Santo Tirso, onde continuará detido juntamente com a mulher, Sandra Madureira.

Depois de ter hesitado no que diz respeito à decisão de prestar declarações, Fernando Madureira optou por responder em interrogatório numa altura em que surgiram novas provas, recolhidas após perícia feita aos telemóveis de alguns dos 12 arguidos.

Madureira terá recusado fornecer o código do telemóvel pessoal, ao contrário do verificado com o também arguido Vítor Catão, facto despiciendo dada a capacidade técnica e autoridade da polícia criminal para aceder aos conteúdos (mensagens vídeo e áudio, nomeadamente do WhatsApp), o que no quadro legal deste processo dispensa mandados especiais.

No final dos interrogatórios, foi preciso esperar que o Ministério Público avançasse com a promoção das medidas de coacção (que poderão determinar a prisão preventiva do líder da claque) para que o juiz pudesse decretar as medidas depois de os advogados apresentarem as respectivas posições. Medida que se prolongou pela madrugada dado o número de arguidos.

Recorde-se que após as diligências de sábado, saíram em liberdade Tiago Aguiar, funcionário do FC Porto, António Moreira de Sá e Carlos Nunes, pelo que se encontram nove detidos, dois em Santo Tirso e sete na Bela Vista.

Fernando Saul a abrir

De manhã, o funcionário do FC Porto Fernando Saul, um dos detidos na Operação Pretoriano — que investiga os incidentes verificados na Assembleia Geral do clube —, regressou ao Tribunal de Instrução Criminal porque, de acordo com declarações prestadas à saída das instalações do TIC pela respectiva advogada, Cristiana Carvalho, a defesa terá entendido ser oportuno “fazer um esclarecimento”, cujo teor não especificou.

O oficial de ligação aos adeptos (OLA) do FC Porto chegou ao tribunal pelas 9h30, transportado numa carrinha celular da PSP, depois de já ter prestado declarações ao juiz de instrução na noite de sexta-feira, dia 2, e na tarde de sábado, altura em que foram apensas aos autos do processo as transcrições dos telemóveis de alguns dos detidos da Operação Pretoriano.

Na ocasião, após a análise do relatório da informação relativa aos quatro telemóveis apreendidos nas buscas, o juiz Pedro Miguel Vieira chamou os advogados dos arguidos ao TIC, remetendo os elementos de prova para o procurador do Ministério Público.

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