Um mês em Gaza. O relato da enfermeira Rita Costa

Rita Costa esteve um mês em Rafah, ao serviço dos Médicos Sem Fronteiras, e tem "dificuldade em explicar a gravidade" do que se passa em Gaza.

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Rita Costa faz parte dos Médicos Sem Fronteiras há seis anos. Era um sonho antigo, que cumpriu já com 20 anos de experiência como enfermeira. Já esteve em vários cenários de conflito, mas é incapaz de se habituar à violência. E esta guerra não é como as outras que já testemunhou: as pessoas estão encurraladas.

A enfermeira portuguesa, especialista em obstetrícia, esteve um mês em Rafah, a sul de Gaza, numa maternidade onde o número de partos por dia quadruplicou. Há mães em trabalho de parto que esperam por cama nas redondezas do único hospital em funcionamento ou nos abrigos, que são tendas improvisadas. 

Rita Costa fala sobre a importância que tem, para os palestinianos, que se continue a falar de Gaza. Alerta para as vítimas indirectas da guerra, apela a um cessar fogo imediato e fala-nos do que falta em Gaza: ajuda humanitária, comida, água potável, materiais e cuidados médicos, abrigo e, sobretudo, paz. "O que nós fazemos neste momento é, de facto, muito insuficiente."