Grupo Santander com lucros recorde de 11 mil milhões de euros em 2023

Receitas do grupo bancário espanhol, que é dono do Santander Totta em Portugal, aumentaram 13% no ano passado, chegando aos 57,6 mil milhões de euros.

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Resultados do grupo Santander, liderados por Ana Botín, cresceram 52% só em Espanha Reuters/JUAN MEDINA
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Os lucros do grupo financeiro espanhol Santander alcançaram os 11.076 milhões de euros em 2023, um valor recorde e 15% superior ao de 2022, anunciou esta quarta-feira o banco.

Só no último trimestre do ano passado, entre Outubro e Dezembro, o Santander, que é dono em Portugal do Santander Totta, teve lucros de 2933 milhões de euros, mais 28% do que no mesmo período de 2022, segundo os resultados comunicados esta quinta-feira pelo banco às autoridades espanholas.

Num comunicado, o Santander atribuiu os resultados do ano passado "ao forte crescimento das receitas, especialmente na Europa, ao aumento do número de clientes e a um bom controlo de custos, que neutralizou o aumento previsto das dotações".

Em 2023, as receitas do banco aumentaram 13% e chegaram aos 57.647 milhões de euros.

Quanto ao crédito concedido pelo Santander, e num contexto de aumento de taxas de juro, diminuiu globalmente 1% no ano passado, embora os empréstimos ao consumo tenham crescido 6%.

O banco atribui esta evolução do crédito por os clientes terem usado "o excesso de depósitos para amortizar dívida", em especial empréstimos à habitação, e diz que a taxa de morosidade (atrasos e incumprimentos no pagamento das prestações) se manteve "praticamente estável" nos 3,14%.

"Os recursos dos clientes (depósitos e fundos de investimento) cresceram 4%, com um aumento dos depósitos de 2%”, apoiado tanto nos clientes particulares como nas empresas", diz o Santander, no comunicado divulgado esta quarta-feira.

O Santander, "um dos maiores bancos do mundo", como refere o comunicado, está presente na Europa, na América do Norte e na América do Sul e diz que "a diversificação geográfica e do negócio do grupo continua a impulsionar um crescimento consistente e rentável".

O banco destaca "o forte crescimento na Europa em 2023", onde teve lucros de 5482 milhões de euros, mais 45% do que em 2022.

Só em Espanha, os lucros aumentaram 52%, para os 2.371 milhões de euros, enquanto no Reino Unido cresceram 13%, para os 1.545 milhões de euros.

Ainda na Europa, aumentaram os clientes (em quase mais um milhão, com destaque para o mercado espanhol), mas os créditos e depósitos diminuíram "devido às taxas de juro mais altas e a amortizações antecipadas" de crédito.

Segundo o banco, na Europa, as amortizações de empréstimos antecipadas e os fundos de investimento dos clientes cresceram 12% em 2023.

Já na América do Norte, os lucros diminuíram 20%, para 2354 milhões de euros, o que o Santander explica com as maiores dotações, "em linha com o previsto", e custos de financiamento mais altos nos Estados Unidos da América (EUA) no ano passado.

No entanto, no México, o banco teve um "comportamento sólido" e os lucros aumentaram 17%, para 1560 milhões de euros.

No conjunto da América do Norte, o crédito concedido pelo Santander aumentou 3% e os depósitos cresceram 4%.

Quanto à América do Sul, onde o Santander está presente no Brasil, os lucros diminuíram 11%, para 3038 milhões de euros, devido ao aumento de custos e maiores provisões.

No Brasil, o lucro do Santander foi 1921 milhões de euros, menos 25% do que em 2022, o que o banco justifica com o aumento de custos associados à inflação e às provisões.

O Santander fechou 2023 com mais de 212 mil trabalhadores e 165 milhões de clientes em todo o mundo.

Citada no comunicado desta quinta-feira, a presidente do Santander, Ana Botín, destacou que em 2023 o banco "alcançou todos os objectivos" que tinha e conseguiu "excelentes resultados".

Ana Botín demostrou-se convencida de que 2024 "será ainda melhor", apesar dos "maiores riscos geopolíticos e da desaceleração da economia global".

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