Conflito em Gaza já provocou mais de 25 mil mortos desde Outubro

Ministério da Saúde do território palestiniano informa que quase 63 mil pessoas ficaram feridas nos últimos três meses e meio. Ataques israelitas concentram-se agora em Khan Younis.

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Uma criança observa um grupo de pessoas de luto junto aos cadáveres de quatro palestinianos mortos num ataque israelita a um carro em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, a 21 de Janeiro Reuters/IBRAHEEM ABU MUSTAFA
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O número de palestinianos mortos em Gaza desde o início da ofensiva israelita, em Outubro de 2023, subiu para mais de 25 mil, informou este domingo o Ministério da Saúde do território, controlado pelo grupo islamista Hamas. Ao mesmo tempo, o ministério anunciou que "a ocupação israelita cometeu 15 massacres contra famílias em Gaza, causando 178 mortos e 293 feridos, durante as últimas 24 horas".

No último balanço, o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza elevou para 25.105 o número de mortos provocados pelos bombardeamentos israelitas desde 7 de Outubro de 2023, em represália ao ataque do Hamas contra comunidades israelitas no Sul do país. De acordo com o balanço das autoridades do Hamas, 62.681 pessoas ficaram feridas desde o início dos bombardeamentos, o que acrescenta 178 mortos e 293 feridos à anterior actualização.

Segundo o canal Al Jazeera, mais de uma centena de feridos palestinianos estão internados num hospital de campanha instalado a bordo de um porta-helicópteros francês ao largo da costa do Egipto, e outras centenas de pessoas passaram pelo navio para receberem tratamento médico.

A colaboração de navios como o francês Dixmude, que está ancorado no Egipto desde Novembro, representa um pequeno alívio para a situação caótica em que se encontram os serviços de saúde na Faixa de Gaza. Segundo a Organização Mundial de Saúde, a maioria dos 36 hospitais do território não está em condições de funcionar, e os que permanecem abertos estão sobrelotados.

A agência noticiosa oficial palestiniana, a Wafa, informou que as operações israelitas nas últimas horas se concentraram principalmente na província de Khan Younis, no centro-sul da Faixa de Gaza, bem como nos arredores da cidade de Gaza, no centro do enclave.

Entretanto, o Exército israelita confirmou as operações no centro da Faixa de Gaza, nomeadamente num edifício da zona onde "vários operacionais" das milícias do Hamas "se preparavam para emboscar as tropas" envolvidas na operação terrestre em Gaza. O Exército confirmou igualmente a morte de "vários" operacionais do Hamas durante as operações no Sul de Gaza entre a Força Aérea israelita e os atiradores das Brigadas de Comandos.

Por último, o Exército de Israel anunciou que 15 milicianos do Hamas foram mortos em combates de rua nos bairros de Daraj e Tufa, na cidade de Gaza. Foi igualmente confirmada a morte de um reservista israelita no Sul da Faixa de Gaza, no dia 19 de Janeiro, elevando para 195 o número de militares israelitas mortos desde o início da operação terrestre no enclave palestiniano.

A incursão israelita em Gaza também veio congelar a aproximação entre a Arábia Saudita e Israel promovida pelos Estados Unidos.

Em declarações à CNN, neste domingo, o ministro dos Negócios Estrangeiros saudita, o príncipe Faisal bin Farhan Al Saud, disse que qualquer normalização dos laços entre os dois países não acontecerá antes de se vislumbrar a criação de um Estado palestiniano.

"Essa é a única forma. Precisamos de estabilidade, e essa estabilidade só existirá através da resolução da questão palestiniana", disse o responsável.

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