Ataque em Damasco mata cinco Guardas da Revolução iranianos

Irão acusa Israel de ser responsável pelo ataque aéreo contra edifício residencial na capital da Síria que alojava conselheiros militares enviados por Teerão.

Foto
Forças de segurança e de socorro no local do ataque em Damasco Reuters/FIRAS MAKDESI
Ouça este artigo
00:00
03:08

Cinco membros dos Guardas da Revolução do Irão foram mortos este sábado, num presumível ataque aéreo israelita contra um edifício residencial em Damasco, capital da Síria.

O ataque teve como alvo um edifício de quatro andares no bairro de Mezzeh, uma zona de segurança onde estão localizadas várias sedes diplomáticas internacionais, incluindo as embaixadas do Irão e do Líbano, bem como edifícios residenciais.

Numa declaração transmitida pela televisão estatal iraniana, os Guardas da Revolução confirmaram que quatro dos seus conselheiros militares foram mortos no ataque, no qual foram utilizados “mísseis israelitas de precisão”, segundo uma fonte ligada ao aparelho de segurança sírio, citada pela Reuters. Mais tarde, foi confirmada uma quinta morte.

Não houve qualquer comentário imediato por parte de Israel, que há muito prossegue uma campanha de bombardeamentos contra alvos ligados ao Irão na Síria.

Inicialmente, fontes da agência noticiosa semioficial iraniana Mehr estimaram que pelo menos dois conselheiros superiores dos Guardas da Revolução e dois outros membros da força de elite iraniana foram mortos no alegado bombardeamento israelita.

A informação foi confirmada pouco depois pelos próprios Guardas, numa declaração divulgada pela agência noticiosa Tasnim, na qual apontaram directamente Israel como responsável e indicaram também um número indeterminado de mortos entre as forças governamentais sírias.

“Mais uma vez, o malvado e criminoso regime sionista invadiu a cidade de Damasco, a capital da Síria, e durante o ataque aéreo dos caças do regime agressor e usurpador, várias forças sírias e quatro conselheiros militares da República Islâmica do Irão foram martirizados”, refere a declaração.

Essam Al-Amin, director do Hospital Al-Mowasat, em Damasco, disse à Reuters que o seu hospital tinha recebido um cadáver e três feridos, incluindo uma mulher, na sequência do ataque deste sábado.

Uma testemunha em Mazzeh, citada pela Reuters, viu ambulâncias e camiões de bombeiros reunidos em torno do local do ataque, que tinha sido isolado. As operações de salvamento das pessoas presas sob os escombros continuaram durante o final da manhã.

Um porta-voz da Jihad Islâmica palestiniana disse à Reuters que nenhum membro do seu grupo ficou ferido no ataque, depois de ter sido noticiado que alguns estavam no edifício bombardeado.

Israel respondeu ao ataque do Hamas de 7 de Outubro lançando uma devastadora guerra aérea e terrestre em Gaza com o objectivo de erradicar o grupo islamista. O conflito repercutiu-se em todo o Médio Oriente, com a violência a aumentar na Síria, no Líbano, no Norte do Iraque e no mar Vermelho.

Em Dezembro, um ataque aéreo israelita matou dois membros dos Guarda da Revolução e outro, perto de Damasco, a 25 de Dezembro, matou um conselheiro iraniano que supervisionava a coordenação militar entre a Síria e o Irão.

O Irão e os seus aliados militares na Síria entrincheiraram-se em vastas áreas do Leste, do Sul e do Norte da Síria e em vários subúrbios da capital.

Outro ataque israelita levado a cabo este sábado, no Sul do Líbano, matou dois membros do Hamas que viajavam de automóvel, disseram à Reuters três fontes de segurança no Líbano.

Israel tem vindo a efectuar ataques aéreos no Sul do Líbano contra grupos militantes palestinianos aí sediados, bem como contra o Hezbollah, o seu aliado libanês, que tem disparado rockets contra Israel através da fronteira.

Sugerir correcção
Ler 11 comentários