PSD diz que convenção do Chega foi “entreposto de banha da cobra”

Secretário-geral do PSD faz duras críticas a André Ventura.

neg - 14 janeiro 2024 - 6 CONVENCAO NACIONAL DO CHEGA - VIANA DO CASTELO - ANDRE VENTURA
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Hugo Soares, secretário-geral do PSD, a assistir ao encerramento da 6.ª convenção do Chega Nelson Garrido
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Helder Amaral, dirigente do CDS Nelson Garrido
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As referências ao PSD no discurso final de André Ventura na 6.ª convenção do partido foram poucas. Foram, porém, as suficientes para o secretário-geral do PSD, Hugo Soares desferir um forte ataque ao líder do Chega.

“O que nós assistimos aqui foi ao populismo no seu estado mais puro. A governação é uma coisa séria. Não é o que vimos aqui”, afirmou o social-democrata já depois do encerramento do conclave. Hugo Soares falou mesmo “um entreposto de banha da cobra onde, de um momento para o outro, começou a chover dinheiro".

Já sobre a “debandada de militantes do PSD para o Chega”, como referiu Ventura, Hugo Soares deu o exemplo de Henrique Freitas, anunciado como apoiante do Chega. O social-democrata lembrou que Freitas, ex-secretário de Estado da Defesa no Governo de Durão Barroso, “ocupou cargos nomeado por José Sócrates e foi apoiante de Manuel Alegre nas presidenciais.

O secretário-geral do PSD lamentou ainda, em nome do partido, a "usurpação infantil das citações de Sá Carneiro e da personalidade de Sá Carneiro" que acusou André Ventura de ter feito neste discurso, considerando que isso "fica mal ao partido Chega" e ao seu presidente.

A finalizar e, por sua iniciativa, voltou a reafirmar que “O PSD não Governará com o Chega” e que “as intrigas” que este partido está a lançar “só interessam ao PS”.

Já Hélder Amaral, dirigente do CDS, considerou que o Chega revelou ser “um simulacro” e que a 6.ª Convenção “foi um vazio de ideias.

Sobre eventuais saídas de militantes do CDS para o partido de Ventura, “considerou-as normais”, referindo “pessoas que estavam descontentes” com o seu partido e que revelam “que não são confiáveis”.

O secretário de Estado da Juventude e do Desporto, que esteve na convenção do Chega em representação do Governo, alertou que as propostas deste partido traduzem "o princípio do desmantelamento do Serviço Nacional de Saúde" e que "as falsas mensagens e a informação manipulada são balas apontadas à democracia".

Comentando a intervenção do líder do Chega, João Paulo Correia, citado pela Lusa, mostrou-se incomodado não só com os ataques à imigração e à igualdade de género, mas também como a "bomba atómica nas contas públicas" lançada por Ventura no decorrer da reunião, através de propostas que "não foram explicadas", mas que representariam um encargo de mais de 11 mil milhões de euros anuais para o Estado.

João Paulo Correia apontou o exemplo da "revitalização das parcerias público-privadas na área da saúde" proposta por Ventura que, se fosse para a frente, significaria "o princípio do desmantelamento" do SNS.

"Ficámos mais uma vez perplexos", disse à Lusa, repudiando a "mensagem de ódio divisionista" e as "promessas impossíveis de concretizar", que, em sua opinião, traduzem apenas "uma demagogia para caçar votos" por parte de André Ventura.

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