Bombardeamentos de Israel matam mais uma jornalista em Gaza

Num momento em que os confrontos em Khan Younis se intensificam, contabiliza-se mais uma morte entre os jornalistas em território palestiniano, elevando o número de vítimas desde Outubro para 80.

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Palestinianos lamentam vítimas de mais um ataque israelita, em Rafah Reuters/MOHAMMED SALEM
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Uma série de bombardeamentos levados a cabo pelas forças militares israelitas, na cidade de Khan Younis, causaram a morte a pelo menos 22 palestinianos esta quarta-feira. Entre as vítimas mortais está também a jornalista palestiniana Heba al-Abadla. O bombardeamento atingiu a casa da jornalista, adiantaram fontes hospitalares aos órgãos de comunicação palestinianos.

Os ataques chegaram também à zona centro da Faixa de Gaza, com o campo de refugiados Al-Maghazi a ser atingido, revelam os meios de comunicação. Já em Rafah, no Sul de Gaza, os ataques a um edifício residencial da cidade mataram 15 palestinianos, segundo a agência de notícias palestiniana, Wafa.

O Comité para a Protecção de Jornalistas (CPJ) já tinha alertado que o período após o ataque do Hamas a 7 de Outubro está a ser o mais mortífero para os jornalistas desde que a organização começou a recolher dados, em 1992.

Até esta quarta-feira, 10 de Janeiro, a organização revela que pelo menos 79 jornalistas — 80 com a morte de Heba al-Abadla — estão entre os mais de 24 mil mortos contabilizados desde o início da ofensiva de Israel na Faixa de Gaza. O Comité para a Protecção de Jornalistas confirma 21 profissionais detidos, havendo outros três que estão dados como desaparecidos.

Já o Sindicato dos Jornalistas Palestinianos aponta para números mais altos: pelo menos 108 vítimas mortais desde Outubro.

Os meios de comunicação palestinianos já lamentaram publicamente a morte de Heba al-Abadla, através de várias publicações feitas nas redes sociais.

O Tribunal Penal Internacional confirmou esta quarta-feira que deu início a uma investigação sobre possíveis crimes contra jornalistas durante o conflito em curso, adianta a agência Wafa. O início da investigação ocorre depois de uma queixa apresentada pela organização internacional Repórteres sem Fronteiras (RSF) face ao crescente número de vítimas.

Texto editado por Ivo Neto

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