Cinco civis mortos no terceiro dia de ataques aéreos russos contra a Ucrânia

Kiev e Kharkiv alvo de mísseis e drones russos que continuam a retaliar o ataque ucraniano contra a cidade russa de Belgorod. “A Rússia responderá por todas as vidas”, garantiu Zelesnky.

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O presidente da câmara de Kiev, Vitali Klitschko, falando junto a um edifício atingido pelos bombardeamentos russos SERGEY DOLZHENKO/EPA

A Rússia disparou dezenas de mísseis e drones contra a capital ucraniana, Kiev, e a cidade de Kharkiv, no Nordeste do país, esta terça-feira, matando pelo menos cinco civis, ferindo dezenas e causando danos generalizados, segundo as autoridades.

O terceiro dia consecutivo de ataques aéreos contra a Ucrânia seguiu-se a um aviso do Presidente russo, Vladimir Putin, na segunda-feira, de que um ataque aéreo ucraniano à cidade russa de Belgorod, que segundo Moscovo matou 25 civis, "não ficaria impune".

Com o fumo a sair do lado carbonizado de um edifício residencial como pano de fundo, o presidente da Câmara de Kiev, Vitali Klitschko, afirmou que os destroços do míssil tinham caído a metros de distância, deixando uma cratera.

Segundo o autarca, uma mulher idosa morreu numa ambulância depois de ter sido atingida no local e 43 outras pessoas ficaram feridas. Os serviços de emergência disseram que um corpo também tinha sido recuperado no oitavo andar do edifício danificado.

"A Rússia responderá por todas as vidas", afirmou o Presidente Volodymyr Zelensky no Telegram.

A Rússia intensificou os seus ataques com mísseis e drones contra a Ucrânia a 29 de Dezembro, quando lançou o seu maior ataque aéreo da guerra, matando pelo menos 39 pessoas.

Quase dois anos após a invasão em grande escala, as forças russas dominam vastas áreas de território no Leste e no Sul da Ucrânia e a guerra não tem fim à vista. A Rússia considera que a contra-ofensiva ucraniana lançada em meados de 2023 foi um fracasso e as linhas da frente pouco se alteraram nos últimos meses.

Abastecimento de energia afectado

Entretanto, Klitschko afirmou que as condutas de gás tinham sido danificadas no distrito de Pecherskyi, em Kiev, e que a electricidade e a água tinham sido cortadas em vários bairros da capital.

A empresa privada de energia DTEK estava a trabalhar para restaurar a energia, mas os cortes trouxeram de volta memórias do último Inverno, quando a Rússia bombardeou a rede de energia com mísseis, causando frequentes cortes de energia e mergulhando milhões de pessoas na escuridão.

As defesas aéreas ucranianas, reforçadas por fornecimentos dos seus aliados ocidentais, abateram os dez mísseis Kinzhal disparados no último ataque, bem como 59 dos 70 mísseis de cruzeiro, incluindo todos os três mísseis de cruzeiro Kalibr, disse o chefe do Exército, general Valeriy Zaluzhnyi (Zalujni na transliteração em português).

O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, apelou aos aliados ocidentais de Kiev para que acelerassem o fornecimento de sistemas de defesa aérea, mísseis de longo alcance e drones de combate.

Em Kharkiv, uma mulher de 91 anos foi morta num ataque com mísseis que deixou uma cratera com um metro de profundidade perto de edifícios residenciais, que ficaram danificados, disse Oleh Synehubov, governador regional de Kharkiv. Ao todo, 45 pessoas ficaram feridas no ataque ao centro da cidade, que aconteceu por volta das 07h30 (05h30 em Portugal continental), disse.

A saraivada de mísseis foi precedida por um ataque de drones que a Ucrânia, horas antes, afirmara ter repelido.

Um casal foi morto e 11 pessoas ficaram feridas na zona dos arredores de Kiev, informou a administração regional. Uma dúzia de edifícios residenciais e pelo menos 60 automóveis também foram danificados, segundo a administração regional.

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