População mundial cresce 75 milhões em 2023 e supera 8 mil milhões de pessoas em Janeiro

A taxa de crescimento ficou abaixo de 1%, correspondendo a mais 75.162.541 pessoas desde Janeiro de 2023 até agora. A ONU define que foi a 15 de Novembro de 2022 que atingimos os 8 mil milhões.

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Se a evolução continuar a este ritmo, a década de 2020 poderá ser a de menor crescimento na história dos EUA MARCO BOTTIGELLI/GettyImages
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A população mundial cresceu em 75 milhões de pessoas neste ano que está prestes a terminar e, no dia 01 de Janeiro de 2024, vai superar os 8 mil milhões, segundo dados divulgados esta quinta-feira pelo Gabinete do Censo dos EUA. Apesar deste anúncio, a Organização das Nações Unidas tinha já assinalado o marco dos 8 mil milhões de habitantes no planeta em Novembro de 2022.

As Nações Unidas definiram oficialmente o dia 15 de Novembro de 2022 como a data em que a população mundial atingiu os 8 mil milhões de pessoas. Nessa altura, a organização previa que o crescimento populacional continuasse, estimando que em 2050 haja 9700 milhões pessoas e no fim do século, 10.400 milhões.

Em 2022, o secretário-geral da ONU, António Guterres, a atribuiu o crescimento da população a “avanços científicos e melhorias na nutrição, saúde pública e saneamento”. Numa altura em que os efeitos das alterações climáticas já se tornaram evidentes e em que se teme o limite dos recursos do planeta, o aumento populacional será um factor importante na equação da sobrevivência das sociedades humanas a longo prazo.

O marco dos 8 mil milhões

De acordo com os dados revelados esta quinta-feira pelo gabinete norte-americano, a taxa de crescimento mundial ficou ligeiramente abaixo de 1%, correspondendo a mais 75.162.541 pessoas desde Janeiro de 2023 até agora. No início de 2024, são esperados 4,3 nascimentos e duas mortes em todo o mundo a cada segundo.

A discrepância entre os valores da ONU e do Gabinete do Censo (que estimou que a população mundial atingiu o limiar dos 8 mil milhões em 26 de Setembro de 2023) estará relacionada com “a falta de contagem censitária e de sistemas para registar com precisão os nascimentos e as mortes em alguns países”, segundo explicam os especialistas deste departamento norte-americano.

Assim, segundo estes dados divulgados esta quinta-feira, com um abrandamento da taxa de crescimento devido a factores como o declínio das taxas de fertilidade e um número proporcionalmente menor de jovens, o Gabinete de Recenseamento prevê que serão necessários pouco mais de 14 anos para que a população mundial atinja os 9 mil milhões e outros 16,4 anos para atingir os 10 mil milhões, refere a notícia publicada na Forbes.

Os especialistas realçam ainda que a pandemia de covid-19 também teve impacto no crescimento da população, com a esperança de vida global à nascença a cair para 71 anos em 2021 e os países a registarem uma recuperação desigual da pandemia em todo o mundo, adianta o mesmo artigo.

Índia, Portugal e o Worldometer

Em Abril deste ano, a Índia ultrapassou oficialmente a China e tornou-se o país mais populoso do mundo, segundo os dados das Nações Unidas. A previsão estava traçada há vários meses e é preciso ler as letras pequenas que indicam tratar-se apenas de estimativas, mas o facto é que, no relatório sobre o estado da população mundial relativo a 2023, publicado em Abril pelo Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP), a Índia surge na tabela com 1428 milhões de habitantes, ultrapassando pela primeira vez a China, que contava nessa altura com 1425 milhões de pessoas.

O Worldometer, um site de referência que fornece contagem e estatísticas em tempo real sobre diversas áreas, regista que actualmente a população mundial já superou os 8 mil milhões, com o registo de 133 milhões de nascimentos e 60 milhões de mortes até agora em 2023.

No caso de Portugal, apenas foram divulgados os dados do Instituto Nacional de Estatística referentes aos primeiros oito meses de 2023. O saldo natural do país, que contribui para o seu envelhecimento, manteve a tendência de desagravamento nos primeiros oito meses de 2023, mas Portugal continua a apresentar excesso de mortalidade, concluía-se em Outubro deste ano.

A notícia do PÚBLICO referia ainda que os primeiros oito meses deste ano continuam a ser considerados como de desagravamento do saldo natural, já que houve uma diferença menor entre o número do mortes e nascimentos do que no mesmo período de 2022: este ano o valor negativo saldou-se em -22.786, quando no ano anterior fora de -29.588.

Década de menor crescimento nos EUA?

Os dados do Gabinete do Censo dos EUA mostram ainda que nos Estados Unidos a taxa de crescimento demográfico em 2023 foi de 0,53%, cerca de metade do valor mundial, o que significa um aumento em 1,7 milhões, para uma população no dia de ano novo de 335,8 milhões.

Se a evolução continuar a este ritmo, a década de 2020 poderá ser a de menor crescimento na história dos EUA, produzindo uma taxa de crescimento inferior a 4% no período de dez anos de 2020 a 2030, disse William Frey, demógrafo na The Brookings Institution.

A década de crescimento mais lento verificada até ao momento ocorreu após a Grande Depressão da década de 1930, quando a taxa de crescimento foi de 7,3%. É claro que o crescimento pode aumentar um pouco à medida que deixamos os anos de pandemia. Mas ainda será difícil chegar aos 7,3%, disse Wiiliam Frey. No início de 2024, espera-se que os Estados Unidos registem um nascimento a cada nove segundos e uma morte a cada 9,5 segundos.

No entanto, a imigração impedirá que a população diminua. Espera-se que a migração internacional líquida acrescente uma pessoa à população dos EUA a cada 28,3 segundos. Esta combinação de nascimentos, mortes e migração internacional líquida aumentará a população dos EUA em uma pessoa a cada 24,2 segundos.

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