Ataque aéreo israelita mata 76 membros da mesma família em Gaza

Morte de funcionário das Nações Unidas junto com a mulher, filhos e família alargada confirmada pela organização. “A ONU e os civis em Gaza não são um alvo”, disse em comunicado o director do PNUD.

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Desde o princípio do conflito em Gaza já foram mortos 136 funcionários das Nações Unidas na Faixa de Gaza MOHAMMED SALEM/Reuters

A família de Issam al-Mughrabi desapareceu da face da terra num ápice. Um ataque aéreo israelita perto da cidade de Gaza na sexta-feira transformou-se numa das acções mais mortíferas desde o princípio do conflito entre Israel e o Hamas a 7 de Outubro. Ao todo, 76 membros da família morreram no ataque, de acordo com a Associated Press, citando as equipas de emergência. O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) fala "em mais de 70".

“É com profunda tristeza que anuncio hoje a morte do nosso colega do PNUD e da sua família em Gaza. Issam Al Mughrabi (56 anos), a sua mulher Lamya'a (53 anos) e os seus filhos Mohammad (32 anos), Suad (30 anos), Lama (27 anos), Luai (23 anos) e Obaideh (13 anos) foram mortos por um ataque aéreo israelita perto da cidade de Gaza. O ataque aéreo terá também matado mais de 70 membros da sua família alargada”, disse Achim Steiner, administrador do PNUD em comunicado.

“A perda de Issam e da sua família afectou-nos a todos profundamente. A ONU e os civis em Gaza não são um alvo”, acrescentou Steiner. “Esta guerra tem de acabar. Mais nenhuma família deve suportar a dor e o sofrimento que a família de Issam e inúmeras outras estão a passar.”

Al-Mughrabi era funcionário do PNUD através do Programa de Assistência ao Povo Palestiniano há quase 30 anos e faz agora parte de um dos momentos mais sombrios da história das Nações Unidas que já perdeu 136 membros em dois meses e meio de guerra em Gaza, de acordo com o secretário-geral da ONU.

António Guterres escreveu na rede social X (antigo Twitter): “136 dos nossos colegas em Gaza foram mortos em 75 dias – algo jamais visto na história da ONU. A maioria dos nossos funcionários foi forçada a sair das suas casas. Presto-lhes homenagem, bem como aos milhares de trabalhadores humanitários que arriscam as suas vidas para apoiar os civis em Gaza.”

Mais de 20 mil pessoas morreram na Faixa de Gaza desde 7 de Outubro, quando um ataque do Hamas em Israel que fez 1200 mortos levou os israelitas a retaliar contra o território palestiniano ocupado na margem do Mediterrâneo.

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