Portugueses compram cada vez mais livros mas muitos são para oferecer

Estudo da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros indica que 62% dos portugueses compraram livros em 2022, movimentando cerca de 210 milhões de euros.

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A compra de livros estará a diminuir sobretudo no Grande Porto Nuno Ferreira Santos

Os portugueses gastam cada vez mais dinheiro em livros, segundo um estudo da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), que ressalva que muitas dessas compras são feitas na época do Natal para oferecer e podem não significar mais leituras.

Em 2022, o valor gasto em livros terá rondado os 210 milhões de euros e este ano prevê-se um novo crescimento, agora a rondar os 6% e os 7%, revelou na terça-feira Pedro Sobral, presidente da APEL. "62% dos portugueses compraram livros [em 2022]", disse durante a primeira edição do encontro O Plano Nacional de Leitura no Ensino Superior, que decorreu na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

No entanto, o presidente da APEL alertou para o facto de este crescimento poder não ser sinónimo de mais livros lidos, tendo em conta um outro estudo, realizado em 2021 para a Fundação Calouste Gulbenkian, que dava conta de que 61% dos portugueses não lêem livros.

Para o presidente da APEL, "não é assim tão absurdo" estas duas ideias não serem contraditórias, uma vez que muitos dos livros são comprados na época do Natal e são para oferecer. Em 2019, por exemplo, 67% das compras foram feitas entre Setembro e Dezembro, ou seja, "na época de Natal", acrescentou.

É no Grande Porto que mais se nota uma diminuição de compra de livros, sublinhou ainda.

No encontro desta terça-feira na Gulbenkian também foram apresentadas as conclusões do primeiro Inquérito aos Hábitos de Leitura dos Estudantes do 1.º Ciclo do Ensino Superior.

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