Benfica precisa de golos em Salzburgo

“Encarnados” defrontam nesta terça-feira o campeão austríaco na ronda final da Champions, precisando de ganhar por dois de diferença para entrarem na Liga Europa.

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O Benfica iniciou esta campanha na Europa com uma derrota em casa frente ao Salzburgo MIGUEL A. LOPES
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A avaliação é inequívoca e sem margem para segundas interpretações. No meio da tempestade em que se transformou o futebol do Benfica nas últimas semanas, Roger Schmidt diz que está “no melhor momento da época”. Terá de o provar com golos, nesta terça-feira, na Áustria, frente ao Red Bull Salzburgo (20h, Eleven1) na jornada final da fase de grupos da Liga dos Campeões. Os “encarnados” já não podem seguir em frente na Champions, mas ainda podem passar para a Liga Europa, por via do terceiro lugar do Grupo D. E para que isso aconteça, terão de ganhar por dois golos de diferença ao campeão austríaco para poderem somar quatro pontos e ganhar no desempate.

Foi há pouco menos de três meses, frente a este Red Bull Salzburgo na Luz, que a campanha do Benfica na Champions começou a dar para o torto – e nunca mais se endireitou. À derrota por 0-2, seguiram-se mais três desaires e um empate (um 3-3 em casa com o Inter depois de estar a ganhar por 3-0) que selou o destino benfiquista na liga milionária, mas manteve a via europeia aberta. Roger Schmidt quer fechar esta fase em alta, mas diz que o Benfica precisa de ser o que não tem sido nas últimas semanas: eficiente.

O Benfica marcou apenas um golo nos seus últimos dois jogos no campeonato (0-0 com o Moreirense, 1-1 com o Farense) e a sua carreira na Champions também não tem sido propriamente marcada por grande fulgor ofensivo – apenas quatro golos marcados. “Não teremos tantas ocasiões de golo como no último jogo, mas teremos de marcar mais. Vamos jogar ao ataque e mesmo se estivermos a vencer por 1-0, a abordagem não mudará. Veremos também a abordagem do adversário, para o qual temos de estar preparados”, analisou o técnico alemão sobre este jogo final de Champions.

O momento da equipa e os incidentes ocorridos após o jogo com o Farense obrigaram Rui Costa a fazer uma defesa pública do seu treinador. Schmidt comentou a intervenção do presidente benfiquista, salientando que foi importante para os adeptos, mas não para ele. “Não foi assim tão importante para mim pois sei o que o presidente pensa sobre mim e sobre a equipa. Não duvido da sua crença em todos nós. Se virmos o que foi feito no último ano e meio e de onde o Benfica veio. Tudo é possível ainda. Estamos a jogar bom futebol mas claro que unir todos é importante no Benfica. Claro que é importante quando o presidente fala para todos. Sei agora muito sobre o Benfica, que é um clube especial e aqui a tolerância para a derrota é muito baixa”, frisou o técnico germânico.

Regresso a Salzburgo

O Red Bull Salzburgo foi o primeiro emprego de Schmidt como treinador de uma equipa de topo. O antigo médio saltou de uma formação da Bundesliga 2 (o Paderborn) para o campeão austríaco em 2012, chegando ao segundo lugar na época de estreia. Na época seguinte, foi campeão com 18 pontos de vantagem sobre o segundo classificado e venceu a Taça da Áustria, com uma equipa que tinha Sadio Mané como “estrela” em ascenção e Jonathan Soriano como grande goleador.

Depois do clube da cidade de Mozart, Schmidt passou para a Bundesliga (Bayer Leverkusen), de onde seguiu para a China (Beijing Guoan), antes de saltar para a Eredivisie (PSV) e, duas épocas depois, para o Benfica. E o alemão não esquece a equipa que o projectou para a elite. “É um sentimento especial, de onde saí em 2014 e não tive muitas oportunidades para voltar. Foram bons tempos numa cidade espectacular e numa equipa espectacular”, admitiu

Este Red Bull Salzburgo está exactamente no mesmo sítio que Roger Schmidt o deixou em 2014, a dominar o futebol austríaco. Não só foi campeão nas últimas dez temporadas, como lidera a liga austríaca em 2023-24, com dois pontos de vantagem sobre o Sturm Graz. Tem-se exibido com uma defesa difícil de ultrapassar, mesmo na Champions, e apenas uma vez nesta temporada perdeu por dois ou mais golos de diferença (0-2 frente à Real Sociedad).

Para o confronto com a sua “ex”, Schmidt acredita que uma maior eficácia vai resolver o assunto: “O Salzburgo é uma boa equipa mas já mostrámos que conseguimos jogar bom futebol nestas alturas. Em casa com eles jogámos 90 minutos com dez e mesmo assim criámos oportunidades. Há que mostrar eficácia no ataque e controlar os contra-ataques, onde eles são fortes. Se marcarmos vamos atrás do segundo.”

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