O rock de Camilo diz que “estamos todos fartos de fazer turismo à beira de um abismo”

Estreou-se há dez anos, com o álbum 24 Horas no Subúrbio, e a inspiração vinha-lhe da cidade onde nascera e vivia, Queluz. Nessa altura, assinava apenas José Camilo e foi assim que foram surgindo os álbuns seguintes, entre o rock e o punk, a balada e a spoken word: Obra Camiliana (2016), Sem Rei nem Rock (2018), Subterrâneo (2019) e Os Poetas não devem ser chatos, mas os leitores não podem ser estúpidos (2021), este gravado com a electrónica de Cláudia Correia. Os músicos que o acompanhavam ao vivo, baptizados como Seus Cúmplices, foram entretanto chamados a integrar “o processo criativo e de gravação” do novo álbum, a lançar em 2024, e que será editado com o selo da Brava Marítima. Foi desse disco que, em Setembro passado, José Camilo & Seus Cúmplices (nome que é também o título do álbum) lançaram o single e videoclipe de Sangue beirão, faca no coração, a que se segue, agora, também com videoclipe, Turismo.

Com José Camilo, autor da canção (guitarra e voz), estão Hugo Furtado (guitarra), Pedro Sousa (baixo), Duarte Fernandes (bateria) e Elo Menezes de Oliveira (segunda voz). O videoclipe que se estreia esta sexta-feira é assinado por Pedro Gonçalves e a canção Turismo é assim descrita pela editora Brava Marítima, no texto que acompanha o lançamento: “Há aqui ecos de rock português antigo de lírica cuidada e riffs bem esgalhados, com arranjos cheios de detalhe, com enfoque para os sons de teclado e para os coros femininos.” Quanto à temática, a editora resume-a deste modo: “Todos os dias são perfeitos e estamos todos fartos de fazer turismo à beira de um abismo.”