Adina Moshe, libertada pelo Hamas, obteve a nacionalidade portuguesa já em Outubro

Com 72 anos, a israelita tinha pedido a naturalização ao abrigo da lei dos sefarditas. O processo foi agilizado depois do ataque de 7 de Outubro.

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Adina e o marido durante uma visita a Lisboa DR
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Adina Moshe, de 72 anos, foi uma das primeiras pessoas que se soube terem sido libertadas pelo Hamas esta sexta-feira. As primeiras imagens dos reféns libertados da Faixa de Gaza mostravam-nos dentro de ambulâncias, depois de chegarem a Israel e os residentes de uma das comunidades mais afectadas no ataque de 7 de Outubro, o kibbutz Nir Oz, identificaram duas das suas vizinhas, incluindo Adina, luso-israelita cujo marido, Said Moshe, foi assassinado durante o ataque.

Tal como acontecera com Ofer Calderon, capturado na mesma comunidade com os dois filhos menores, Adina tinha pedido a nacionalidade portuguesa anteriormente, ao abrigo da lei dos sefarditas, que permite a naturalização de descendentes dos judeus que receberam ordem de expulsão da Península Ibérica no final do século XV.

As famílias de ambos fizeram um pedido de urgências às autoridades portuguesas, acreditando que a naturalização poderia contribuir para a sua libertação. Segundo o PÚBLICO apurou, as certidões de nascimento de Adina e de Ofer foram emitidas pela Conservatória dos Registos Centrais a 24 de Outubro, duas semanas depois de terem sido capturados.

“Tínhamos a esperança, não queríamos falar muito do assunto. Tínhamos a esperança e confirma-se que saiu”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros português, João de Deus Cravinho, citado pela agência Lusa no final da viagem que realizou a Israel, à Cisjordânia e ao Egipto.

Com quatro filhos que vivem no mesmo kibbutz, Adina costuma tomar conta dos netos. No resto do tempo, segundo o Fórum das Famílias das Pessoas Desaparecidas dedica-se às suas “actividades favoritas: cozinhar, cultivar plantas e ler”.

Um vídeo partilhado nas redes sociais mostrava Adina, com uma T-shirt vermelha, a ser levada numa mota, entre dois homens do Hamas, já na Faixa de Gaza. Anat Shoshany, uma das suas netas, contou que chegou a estar ao telefone com os avós durante o ataque. A família soube depois que os atacantes tinham disparado repetidas vezes contra a sua casa quando entraram, disparam contra a sala de abrigo onde se encontravam, matando Said e puxando Adina por uma janela.

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