Mais de 20 estudantes detidos após protestos pelo clima no Ministério do Ambiente e no das Infra-estruturas

Estudantes invadiram Ministério das Infra-Estruturas, enquanto dezenas de activistas climáticos seguiam para o Ministério do Ambiente. Um aluno foi ferido no confronto com a polícia.

activismo-climatico,azul,crise-climatica,greve-climatica,clima,alteracoes-climaticas,
Fotogaleria
Manifestação climática nesta sexta-feira, em Lisboa Rui Gaudêncio
activismo-climatico,azul,crise-climatica,greve-climatica,clima,alteracoes-climaticas,
Fotogaleria
Manifestação climática nesta sexta-feira, em Lisboa Rui Gaudêncio
activismo-climatico,azul,crise-climatica,greve-climatica,clima,alteracoes-climaticas,
Fotogaleria
Manifestação climática nesta sexta-feira, em Lisboa Rui Gaudêncio
activismo-climatico,azul,crise-climatica,greve-climatica,clima,alteracoes-climaticas,
Fotogaleria
Rui Gaudencio
Ouça este artigo
00:00
02:59

Um grupo de activistas da Greve Climática Estudantil (GCE) entrou nesta sexta-feira no Ministério das Infra-Estruturas, em Lisboa, e bloqueou a entrada no edifício. Esta acção decorreu à mesma hora em que dezenas de estudantes marchavam em direcção ao Ministério do Ambiente, numa acção a que chamaram "Visita de Estudo". No total, 23 jovens foram detidos nos dois protestos, no culminar de duas semanas de uma "Onda de Acções" convocada pela GCE. Um estudante ficou ferido no confronto com a polícia, tendo sido levado para o hospital.

Os estudantes tinham anunciado que pretendiam ocupar o Ministério do Ambiente, no Bairro Alto, em Lisboa, exigindo o fim do uso de combustíveis fósseis até 2030 e pedindo a transição para a electricidade 100% renovável e acessível até 2025. Depois de uma marcha que começou no Largo Camões, os estudantes foram recebidos junto ao ministério por um cordão policial.

Foto
Os estudantes no interior do Ministério das Infra-estruturas nesta sexta-feira DR

Quatro estudantes foram detidos: três à porta do Ministério do Ambiente, por crime de desobediência ao resistirem às ordens de se afastarem do cordão policial, e uma a caminho da esquadra do Bairro Alto, por resistência e coacção, depois de, segundo a PSP, ter tentado tirar a arma a um polícia. Ao Azul, a organização da marcha alega que a jovem foi detida quando estava a impedir que o agente revistasse estudantes menores de idade na caminhada até à esquadra.

Um estudante de 16 anos foi ainda levado para o Hospital Dona Estefânia na sequência de ferimentos na cabeça. O porta-voz da PSP afirma que o estudante acabou ferido "durante a tentativa de transposição do cordão policial". Cerca das 14h, mais de uma dezena de activistas ainda se encontrava à porta da esquadra do Bairro Alto, com cânticos a pedir a libertação dos manifestantes detidos.

Bloqueio

Já no Ministério das Infra-estruturas e da Habitação, um grupo de jovens de Lisboa e Coimbra ocupou o hall de entrada e bloqueou a entrada com correntes. Os agentes da PSP chegaram pouco depois das 12h ao local, onde também está localizado o Instituto de Mobilidade e Transportes (IMT). O Corpo de Intervenção da PSP foi entretanto chamado para o ministério e acabou por deter os 19 estudantes que se encontravam no interior do ministério.

Cerca de duas dezenas de estudantes participaram nesta acção no ministério até recentemente tutelado por João Galamba. "Sem futuro não há paz", gritaram os activistas depois de entrarem no edifício do ministério, enquanto uniam os braços uns aos outros com tubos. "Ocupa! Bloqueia! Pelo fim ao fóssil", anunciaram em cântico, ao mesmo tempo que a segurança chamava a polícia.

Vários grupos de estudantes de várias faculdades do país (mas sobretudo em Lisboa) estão desde 13 de Novembro a fazer acções e protestos exigindo o fim do uso de combustíveis fósseis até 2030 e pedindo a transição para a electricidade 100% renovável e acessível até 2025. Houve várias detenções de estudantes, incluindo na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH) e na Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa.

Sugerir correcção
Ler 6 comentários