Protestos violentos em Dublin depois de esfaqueamento de mulher e três crianças

Multidão, que entoava cânticos contra a imigração, incendiou um carro das forças de segurança e atacou vários polícias na noite desta quinta-feira, horas depois de o autor do ataque ter sido detido.

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Na O'Connell Street, a principal via de Dublin, a polícia utilizou escudos e cassetetes para afastar a multidão Reuters/CLODAGH KILCOYNE
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Uma onda de protestos violentos eclodiu em Dublin depois de três crianças e uma mulher terem sido esfaqueadas junto a uma escola na tarde desta quinta-feira. Trinta e quatro pessoas foram presas por causa dos tumultos, 32 das quais serão apresentadas aos tribunais esta manhã.

Uma multidão, que entoava cânticos contra a imigração, incendiou um carro das forças de segurança e atacou vários polícias na noite desta quinta-feira, horas depois de o autor do ataque ter sido detido pela Garda, força policial nacional civil da República da Irlanda.

Segundo escreve o The Guardian, a autoridades viram-se obrigadas a suspender a circulação de várias linhas de autocarros e a pedir calma à população. Alguns manifestantes ter-se-ão envolvido em confrontos com a polícia, enquanto outros atiraram garrafas de vidro e outros objectivos. Os vidros de várias montras de lojas no centro da cidade também foram quebrados.

A polícia irlandesa teve de protege as lojas saqueadas e os bombeiros apagaram incêndios em veículos no centro da cidade de Dublin até à manhã de sexta-feira. Foram precisas várias horas para recuperar o controlo, com a multidão a chegar às 200 a 300 pessoas. Um autocarro de dois andares, um eléctrico e um carro da polícia foram incendiados, os transportes públicos foram fechados e as pessoas foram instadas a ficar longe de partes da cidade.

"Foi uma violência gratuita", disse o superintendente-chefe Patrick McMenamin numa declaração em vídeo no X, anunciando também que a calma havia sido restaurada. O Corpo de Bombeiros de Dublin disse que o incêndio no eléctrico ainda estava a ser combatido na O'Connell Street na desta sexta-feira. Os transportes públicos já foram retomados, mas com restrições na área.

"Alguns dos meus colegas também foram atacados e agredidos. Felizmente não houve relatos graves de feridos", disse Patrick McMenami. As barricadas ainda estavam erguidas em algumas ruas esta manhã.

Na O'Connell Street, a principal via de Dublin, a polícia utilizou escudos e cassetetes para afastar a multidão, enquanto um helicóptero sobrevoava o local.​ Em conferência de imprensa, o comissário da polícia, Drew Harris, responsabilizou pelos confrontos uma “facção lunática, impulsionada pela ideologia de extrema-direita”.

“Pedimos às pessoas para agirem com responsabilidade, para não darem ouvidos à desinformação e aos rumores que circulam nas redes sociais. Sabemos o que aconteceu, mas o motivo ainda não é totalmente claro", referiu.

Todas as entradas da Universidade de Dublin (Trinity College), que fica no centro da cidade, foram encerradas por causa dos distúrbios.

Polícia não conhece motivações para ataque

Não são conhecidas ainda eventuais motivações para o ataque na capital irlandesa, com as autoridades a confirmarem que o incidente ocorreu por volta das 13h30. Segundo as forças da ordem, um dos menores — uma menina de cinco anos — e a mulher, de cerca de 30, apresentam “ferimentos graves” em consequência do ataque perpetrado numa zona muito movimentada da capital irlandesa, a Praça Parnell, a cerca de 500 metros do Rotunda Hospital.

O primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, declarou-se “horrorizado” com o ataque e confirmou que o agressor se encontra sob custódia policial.

Uma testemunha relata que o suspeito atacou um grupo de crianças armado com uma faca de grandes dimensões. Vários transeuntes intervieram e conseguiram desarmar o homem, com as autoridades a traçar um perímetro de segurança na área, recolhendo provas que possam ajudar na investigação.

O local do ataque foi vedado por um cordão de segurança para facilitar os exames forenses. A Garda indicou que tem “uma linha de investigação definida” em marcha e que não está, de momento, à procura de qualquer outra pessoa relacionada com este ataque.

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