Quatro dias para lembrar Mário Cesariny na Fundação Cupertino de Miranda

Para assinalar o centenário do autor, a fundação famalicense vai promover, até domingo, um programa que inclui mesas-redondas, leituras de poesia, teatro e outras actividades.

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O poeta Mário Cesariny AEDUARDO TOMÉ/CORTESIA FUNDAÇÃO CUPERTINO DE MIRANDA

A Fundação Cupertino de Miranda inicia esta quinta-feira um programa de homenagem ao poeta e artista plástico Mário Cesariny (1923-2006), no âmbito do seu centenário, que se prolongará até domingo e incluirá conferências, mesas-redondas, leituras de poesia, teatro, oficinas de expressão plástica e outras actividades.

O programa enquadra-se nos Encontros Mário Cesariny, que a Fundação Cupertino de Miranda organiza anualmente por volta do dia 26 de Novembro, data da morte do poeta, e que este ano, na sua 17ª edição, assinalam também o centenário do nascimento do autor.

Ao longo de quatro dias, serão promovidas, como habitualmente, oficinas de expressão plástica, e haverá lançamento de livros e declamação de poesia, mas também um espectáculo teatral que evoca a vida e obra de Mário Cesariny – Herói é o Meu Nome, da companhia Fértil Cultural –, e o concerto O Homem em Eclipse, do grupo Os Poetas, concebido por Rodrigo Leão e Gabriel Gomes e dedicado à poesia do autor de Pena Capital.

Este ano, os Encontros integram também a 4.ª edição Carmina, um encontro anual dedicado à poesia que será coordenado, este ano, pelo escritor e ensaísta Fernando Cabral Martins e tratará exclusivamente da obra de Mário Cesariny.

O programa desta quinta-feira será preenchido com leituras de poesia e com a exibição de dois filmes de Miguel Gonçalves Mendes dedicados ao homenageado: Autografia (2004) e Poema Colagem (2010).

Sexta-feira é o dia dedicado ao Carmina, que terá como tema A Paixão da Imagem, e que apresentará um conjunto de quatro mesas redondas – respectivamente dedicadas às temáticas Imagem, Arte, Poesia e Poética –, nas quais participarão, entre outros, Perfecto E. Quadrado, João Pinharanda, António Gonçalves, Pedro Eiras, Golgona Anghel e Tania Martuscelli.

A manhã de sábado dá continuidade ao programa do dia anterior com uma proposta de encontro entre Mário Cesariny e Fernando Pessoa, promovida pelos conferencistas António Feijó, Richard Zenith e Fernando Cabral Martins.

À tarde sobe ao palco Herói é o meu nome, um espectáculo escrito e encenado a partir da poesia de Mário Cesariny."É uma apropriação da sua vida e obra e a sua transformação num acto performativo multidisciplinar, que cruza a poesia, a música, a manipulação de objectos, sombras e muito mais", explica a Fértil Cultural, cujo espectáculo, "acima de tudo, é um acto de homenagem a um artista que nunca deve ser esquecido".

Partindo do tópico da memória como contraponto ao esquecimento para a construção do espectáculo, a Fértil Cultural mergulhou no espólio documental de Mário Cesariny, disponível no Centro de Estudos do Surrealismo da Fundação Cupertino de Miranda, que incorpora, por compra, doação ou legado, uma grande parte do acervo artístico e documental do autor.

Ainda no mesmo dia, haverá uma sessão de lançamento de duas antologias: Poesia de Mário Cesariny, organizada por Fernando Cabral Martins, e Poetas do Amor, da Revolta e da Náusea, uma escolha deixada pelo próprio Cesariny da poesia portuguesa de todos os tempos. Além destes dois volumes, editados pela Assírio e Alvim, será ainda lançado o livro Mário Cesariny, Cartas para Antonio Tabucchi, da Documenta.

O programa encerra no domingo à tarde com o já referido concerto O Homem em Eclipse.

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