Em Vertere, a comunidade académica de Coimbra expõe a (des)igualdade de género

Assume-se como um filme experimental — entre ficção e documental — e expõe uma reflexão da comunidade académica de Coimbra sobre equidade social e de género.

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Vertere é um filme da comunidade académica de Coimbra DR/Vertere

O Teatro Académico Gil Vicente (TAGV), em Coimbra, acolhe na segunda-feira a apresentação de Vertere — o ser em (des)construção, um filme criado colectivamente entre a comunidade académica da Universidade de Coimbra que aborda a igualdade de género.

O filme resulta de uma criação colaborativa entre estudantes e investigadores e foi produzido e dirigido pela estrutura artística Ponto Criação, com o apoio do Laboratório de Investigação e Práticas Artísticas (LIPA), num processo de trabalho de sete meses que envolveu activamente 66 pessoas, entre participantes, equipa e entrevistados, afirmou a organização do projecto.

A criação segue a "premissa das ideias de igualdade de género na área do ensino e da investigação", abordando questões como a sub-representação das mulheres em algumas áreas científicas ou os problemas de "progressão na carreira e precariedade na ciência", disse à agência Lusa Luísa Neves Soares, coordenadora do projecto por parte da Universidade de Coimbra (UC).

De acordo com a responsável, foram feitas muitas entrevistas para o filme, que é um híbrido entre o documental e a ficção, com "uma representação poética desses temas".

"Torna os problemas mais visíveis e o próprio processo de trabalho foi emancipador, porque à volta de uma ideia juntaram-se uma série de pessoas que criaram um produto estético, a partir de questões que estão na ordem do dia", realçou Luísa Neves Soares, também docente da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.

De acordo com a informação sobre a obra, Vertere é "um filme experimental, que transita entre ficção e documental e que articula as reflexões geradas pelos participantes com entrevistas conduzidas a investigadores e estudantes da UC provenientes de diferentes ciclos e áreas de estudo, e que traduzem múltiplas experiências".

O cinema surge neste projecto como "ferramenta activa na identificação e reflexão sobre temas estruturais como a equidade social e de género".

Segundo a organização, após a sua apresentação em Coimbra, no TAGV, na segunda-feira, "o filme iniciará a sua circulação e difusão por festivais de cinema temáticos, universitários, nacionais e internacionais".

Vertere, "girar", "mover", "mudar" é o verbo que denuncia uma viagem pelo universo da Universidade de Coimbra, partindo de um conjunto de entrevistas a estudantes e investigadores de diferentes áreas. Através do seu olhar, aspirações e expectativas, descobrimos novos lugares e pontos de partida, um veículo para reflectir sobre as questões de género, a ciência e o outro", refere a sinopse do filme.

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